França: reforma do código do trabalho em debate
Aqui em França, segundo a promessa de campanha do agora presidente Macron, o governo entregou aos parceiros sociais documento sobre a reforma do código do trabalho, a ser analisada em conselho de ministros e depois publicada por decreto presidencial. Sindicatos e políticos pediram mais esclarecimentos.
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Um tecto de indemnizações da jurisdição de conflitos laborais, fusão de instâncias representativas, supressão de subsídio de desemprego depois de um determinado prazo, ou articulação entre a negociação nas empresas segundo diferentes ramos, são alguns dos temas do documento que o governo entregou hoje (6) aos parceiros sociais, com vista a negociações sobre a reforma do código do trabalho.
É uma promessa de campanha do agora presidente Emmanuel Macron, que repetiu depois da sua investidura, que a sua primeira reforma seria o código laboral e usaria de todas as suas prerrogativas constitucionais.
O projecto de reforma será depois analisado no conselho de ministros, no dia 28 de junho.
Mas já há vozes no meio político e sindical que se levantam, pedindo esclarecimentos, já que o Parlamento tem de dar autorização ao governo e o futuro parlamento sai das eleições legislativas de 11 e 18 de junho.
Por outro lado, mesmo que não haja debate parlamentar, o parlamento tem de ser consultado antes e depois do diploma.
De notar que no passado, o presidente Mitterrand, por exemplo, recusou assinar um decreto do primeiro-ministro, Jacques Chirac, no tempo duma coabitação, em que o chefe de Estado era socialista e o chefe do governo, conservador.
Alain Juppé, enquanto primeiro-ministro, teve também o mesmo problema, em 1996, quando viu um seu decreto ficar pelo caminho.
No caso do presidente Macron, vem repetindo que governará recorrendo às suas prerrogativas e até chegou a dizer durante a campanha que seria um Presidente Júpiter.
Resta saber a posição dos sindicatos, nesta matéria, que sempre criticaram, para além de terem ameaçado o Presidente Macron, com uma vaga de greves, se ele decidir reformar o país, sem fazer concessões.
João Matos sobre reforma do código laboral em França
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