Marine Le Pen recusa responder à justiça

A candidata do partido "Front National" ("Frente Nacional") às eleições presidenciais em França, Marine Le Pen, rejeita responder à justiça sobre os alegados empregos falsos no Parlamento Europeu. Marine Le Pen afirmou hoje que não vai responder às convocatórias da polícia enquanto durar a campanha eleitoral.

Marine Le Pen no canal de televisão TF1, 22 de Fevereiro de 2017. REUTERS/Patrick Kovarik/Pool

A candidata da extrema-direita às presidenciais, Marine Le Pen, afirmou hoje que não vai responder às convocatórias da polícia enquanto durar a campanha eleitoral. A presidente do partido Frente Nacional (FN) tinha sido convocada pelo gabinete anticorrupção da polícia judiciária de Nanterre, na quarta-feira, mas rejeitou deslocar-se.

"Como durante as regionais, não vou responder durante a campanha eleitoral. Este período não permite nem a neutralidade nem a serenidade necessárias ao funcionamento correcto da justiça", afirmou hoje Marine Le Pen, em entrevista à AFP.

No mesmo dia, a chefe de gabinete de Marine Le Pen, Catherine Griset, foi formalmente acusada de abuso de confiança na investigação em curso sobre empregos falsos no Parlamento Europeu.

Catherine Griset e um guarda-costas de Le Pen, Thierry Legier, foram interrogados pela polícia anticorrupção, no âmbito da investigação de alegações de que a líder da FN defraudou o Parlamento Europeu em cerca de 340 mil euros. O Parlamento Europeu acusa Le Pen de usar fundos parlamentares para pagar a dois funcionários que trabalharam no partido em França e não no parlamento. Le Pen recusou devolver os fundos e o Parlamento Europeu começou a descontar mensalmente a quantia de 16 mil euros, até totalizar a verba em dívida.

Protegida pela imunidade de deputada europeia, Marine Le Pen não pode ser forçada a qualquer audiência ou medida punitiva. Primeiro, seria necessário que os juízes fizessem um pedido de levantamento de imunidade que seria, depois, submetido ao Parlamento Europeu.