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França

França : manifestantes pedem o desmantelamento da "selva" de Calais

A situação está tensa na cidade de Calais no norte de França, onde foi organizado hoje um bloqueio das autoestradas da região para pedir a aceleração do desmantelamento do maior bairro de lata do país.

Manifestação e bloqueio das autoestradas da região de Calais, França, 5 de setembro 2016.
Manifestação e bloqueio das autoestradas da região de Calais, França, 5 de setembro 2016. REUTERS/Charles Platiau
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Eram seis da manhã, quando começaram as operações de bloqueio das autoestradas da região de Calais.

Transportadoras, agricultores e até sindicatos de estivadores, organizaram hoje um gigantesco protesto para pressionar o governo francês a acelerar o desmantelamento do maior bairro da lata do país, conhecido como "selva" de Calais.

Os manifestantes queixaram-se principalmente do prejuízo económico da presença dos migrantes na região, principal ponto de passagem para o Reino Unido.

Os migrantes foram assim acusados de serem a principal causa do declínio económico do porto e do centro da cidade de Calais, como também da deterioração da imagem da urbe.

No dia 2 de setembro passado, o ministro francês da administração interna Bernard Cazeneuve esteve em Calais onde anunciou o a destruição progressiva mas total do campo : "Procedemos ao desmantelamento da zona sul no princípio do mês de março e já começamos a fazê-lo na zona norte [...] isto deve ser feito por etapas, começando por criar lugares de acolhimento para descongestionar Calais".

Mas as garantias do ministro não foram julgadas suficientes pelos organizadores do protesto de hoje.

Frédéric Van Gansbeke, porta-voz duma organização de comerciantes da região, empenha na acção de protesto, explicou que "o bloqueio irá manter-se porque é preciso manter a pressão sobre o governo [...] É preciso desmantelar mas é também preciso rever o método."

"L'Auberge des migrants", a maior associação humanitária local, acha que o desmantelamento do bairro da lata será completamente "ineficaz" porque ainda não foram criadas condições de acolhimento suficientes para receber todos os migrantes.

As organizações humanitárias presentes na "selva" avaliam a 10 000 o número de indivíduos a sobreviver em precárias condições no campo situado nos arredores da cidade. 

Quase todos projectam um dia passar ilegalmente a fronteira para pedir asilo no Reino Unido.

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