Governo francês preocupado com violência

As manifestações desta quinta-feira em França contra a reforma da lei do trabalho traduziram-se em mais de 100 detidos em confrontos com a polícia. O primeiro-ministro, Manuel Valls, actualmente em visita à Nova Caledónia, no Pacífico, denuncia comportamentos intoleráveis.

Confrontos violentos em Nantes, Oeste da França, entre a polícia e manifestantes. Reuters/Stéphane Mahe

A lei do trabalho que vai para a câmara baixa do parlamento a 3 de Maio, continua a ser muito contestada. Ontem, pela quarta vez em menos de dois meses, a França viveu ao ritmo dos protestos. A mobilização teria sido menor do que nas jornadas anteriores e as perturbações devido às greves também se fizeram menos sentir.

No entanto, no dia do trabalhador, no próximo domingo 1 de Maio, e na terça-feira 3 de Maio, os manifestantes deverão voltar às ruas.

O primeiro-ministro, Manuel Valls, actualmente em visita à Nova Caledónia, no Pacífico, reagiu aos acontecimentos que decorreram ontem.

"As violências que tiveram lugar nas últimas horas são inaceitáveis, intoleráveis. Dezenas de polícias ficaram feridos, vários com muita gravidade. Atacar desta maneira as forças da ordem, os polícias, é atacar a autoridade, o Estado de direito e a República. Em França, mesmo com o estado de emergência, o direito de se manifestar é um direito constitucional. Eu apelo à responsabilidade de todos: quando se organiza uma manifestação ela tem de ser organizada e controlada. É flagrante que hoje esta organização não existe. Vimos que nas últimas horas há quem se venha manifestar só para protagonizar ataques. Por isso espero a condenação mais firme de todos em relação a estas violências. Penso que com o ministro do Interior teremos que reflectir sobre as consequências deste tipo de moivimentos", concluiu Manuel Valls.

Ouça aqui as declarações de Manuel Valls, primeiro-ministro francês.

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Manuel Valls, primeiro-ministro francês