Acesso ao principal conteúdo
FRANÇA

França: novos protestos contra a lei do trabalho

Pela quarta vez em menos de dois meses a França viveu ao ritmo dos protestos contra a reforma da lei do trabalho. A mobilização teria sido menor do que nas jornadas anteriores e as perturbações devido às greves também se fizeram menos sentir.

Confrontos em Nantes, Oeste da França, entre a polícia e manifestantes.
Confrontos em Nantes, Oeste da França, entre a polícia e manifestantes. Reuters/Stéphane Mahe
Publicidade

O dia do trabalhador, no próximo domingo, e a terça, 3 de Maio, são duas novas datas para novos protestos. E isto já que o texto chega nesse dia, 3 de Maio, à câmara baixa do parlamento.

A chamada "Lei El Khomri" (nome da ministra francesa do trabalho) tem estado a ser contestada nas ruas desde 9 de Março tanto por trabalhadores como por estudantes que criticam a alegada precariedade que recaíria sobre os trabalhadores ao introduzir maior maleabilidade aos patrões.

No último dia do mês transacto 390 000 pessoas, segundo as autoridades, 1,2 milhões, de acordo com os organizadores, ter-se-iam manifestado contra o texto, um número que seria bastante superior ao verificado agora.

Um movimento que se alargara também à chamada "Nuit debout" (Noite de pé), fórum de debates sócio-económicos que têm estado a ocupar há cerca de um mês parte da noite uma das praças mais emblemáticas de Paris.

Os protestos desta quinta-feira em Paris e muitas outras cidades foram pontuados por incidentes opondo manifestantes e as forças da ordem que, nalguns casos, usaram gás lacrimogéneo para dispersar alguns elementos contestatários.

Foi o caso em Nantes (oeste), Lyon (centro-sul) e também em Paris.

Fora da capital a polícia alegava ter contado pelo menos 50 000 manifestantes.

Em Paris a central sindical CGT reivindicava 60 000 pessoas.

Registaram-se algumas perturbações nos transportes, com registo de atrasos e certos cancelamentos de voos, mas com efeitos limitados na circulação dos comboios.

Os diários, devido a uma greve das tipografias, não saíram hoje às bancas.

O governo estaria a contar com o desgaste do movimento após ter desbloqueado entretanto uma série de medidas em prol dos jovens, medidas orçadas entre 400 e 500 milhões de euros.

Os sindicatos alegam ter obtido concessões junto do governo, tidas porém ainda como insuficientes. E isto, enquanto, do outro lado, os empresários se preocupam com os recuos registados que poderiam esvaziar o texto do seu espírito inicial que era suposto incentivar à criação de empregos, mediante uma maior flexibilização do trabalho.

Este é, aliás, o receio de Carlos Vinhas Pereira, professor de finanças e dirigente empresarial em Paris.

01:05

Carlos Vinhas Pereira, dirigente empresarial e professor de finanças em Paris

Outro ponto controverso em França nos últimos dias prende-se com o estatuto profissional de trabalhadores ocasionais da cultura. E isto em vésperas do arranque da principal temporada dos festivais são aindaa c vários os teatros a ser ocupados.

Um acordo foi obtido na madrugada passada sobre o regime de fundo de desemprego entre representantes dos trabalhadores e respectivos empregadores.

Um acordo inédito que terá ainda que ser submetido aos parceiros sociais.

O actor luso-francês José Rego considera que os que pretendem travar o sistema actual de indemnização dos trabalhadores do espectáculo pretendem acabar com uma certa forma de cultura, livre de contingências comerciais.

01:02

José Rego, actor luso-francês

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe toda a actualidade internacional fazendo download da aplicação RFI

Partilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual pretende aceder não existe ou já não está disponível.