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França/ Toulouse

Emissora decide não exibir vídeos de atirador de Toulouse

A rede de televisão Al-Jazeera, com sede no Catar, anunciou nesta terça-feira que não vai divulgar os vídeos dos assassinatos cometidos pelo extremista Mohamed Merah na cidade francesa de Toulouse. A decisão foi comunicada no site da emissora. Nesta tarde, a polícia afirmou que não foi o autor dos crimes quem colocou os vídeos no correio, reforçando a hopótese de ele ter tido um cúmplice.

Comunicado do site Al-Jazeera informa que não publicará os vídeos do suposto assassino de Toulouse.
Comunicado do site Al-Jazeera informa que não publicará os vídeos do suposto assassino de Toulouse. RFI
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O presidente francês Nicolas Sarkozy e as famílias das vítimas haviam pedido que o canal não divulgasse as filmagens dos sete assassinatos cometidos entre 11 e 19 de março. "De acordo com seu código ético e já que o vídeo não acrescenta nenhuma informação que já não seja de domínio público, a Al-Jazeera não divulgará seu conteúdo", explicou em um comunicado um porta-voz do canal. Ele também lembrou que a gravação, intitulada "Al-Qaeda ataca a França" e recebido pelo escritório parisiense da emissora, foi entregue à polícia francesa.

Ao ser informado do comunicado, Sarkozy parabenizou a rede pela “decisão sensata”. O vídeo é uma montagem das imagens dos assassinatos gravados por Mohamed Merah com uma minicâmera. As cenas estavam gravadas em um pen-drive enviado para o canal de televisão, junto com uma carta manuscrita, em um envelope com carimbo de quarta-feira.

No início da tarde, a polícia francesa informou que não foi o próprio autor dos crimes quem colocou a correspondência no correio, o que reforça a hipótese de que o homem contava com a colaboração de pelo menos um cúmplice. Os investigadores da sub-direção antiterrorista analisam desde ontem a correspondência para determinar quem enviou o material, mas por enquanto “não há qualquer elemento” que possibilite a identificação do remetente, de acordo com uma fonte policial. O envelope foi postado diretamente em uma agência regional dos correios, que reagrupa diversos postos de coleta.

O irmão de Merah, Abdelkader, foi indiciado pela Justiça sob a acusação de colaborar na realização dos ataques. Ele está detido em regime de isolamento em uma prisão na periferia de Paris.

Mohamed Merah, francês de origem argelina, de 23 anos, que tinha um histórico de delinquência juvenil, se converteu ao jihadismo, viajou ao Paquistão e Afeganistão e alegava integrar a Al-Qaeda. Ele matou três militares, três crianças e um rabino nas cidades de Toulouse e Montauban, sudoeste da França, entre dias 11 e 19 de março. O jovem filmou os crimes com uma pequena câmera que transportava presa ao corpo. O atirador foi morto em 22 de março em um tiroteio com a polícia, durante uma operação para prendê-lo no apartamento no qual estava cercado.

Expulsão de extremistas

O presidente francês anunciou hoje que a expulsão da França de suspeitos de extremismo religioso será acelerada, e as pessoas que fizerem declarações “infames” contra o país não serão autorizadas a entrar em solo francês.

“Nós vamos acelerar os procedimentos de expulsão por motivos de ordem pública. Os extremistas jogam com as nossas formalidades administrativas. Temos o dever de sermos mais eficazes”, afirmou Sarkozy, durante uma cerimônia de homenagem aos militares mortos por Mohamed Merah, no palácio do Eliseu. “Todos os que fizeram declarações infames contra a França ou os valores da República não serão autorizados a entrar no nosso país.”

O presidente disse que pediu à Direção Central de Informação Nacional (DCRI) verificar a situação de “todas” as pessoas cujo risco de realizar um ataque extremista no país já foi verificado.
 

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