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França

Regresso às aulas em França marcado pela polémica das abayas e a falta de professores

Cerca de 12 milhões de alunos retomaram hoje o caminho da escola. O início deste novo ano lectivo é marcado pela polémica em torno da proibição nos estabelecimentos de ensino da abaya, vestido comprido usado pelas mulheres e jovens muçulmanas, num cumprimento rigorista da lei sobre a laicidade que proíbe o uso em público de símbolos religiosos. O regresso às aulas é também e sobretudo marcado por uma penúria de professores.

Regresso às aulas em Mulhouse, no nordeste de França, neste dia 4 de Setembro de 2023.
Regresso às aulas em Mulhouse, no nordeste de França, neste dia 4 de Setembro de 2023. © AFP
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Gabriel Attal, para quem este é o primeiro regresso às aulas como Ministro da Educação, foi formal: "não podemos vacilar relativamente à laicidade na escola". Em declarações à imprensa esta manhã o titular do pelouro do ensino disse que "foram identificados 513 estabelecimentos como potencialmente em causa" no tocante ao uso da abaya. Gabriel Attal disse a este respeito que tinham sido "posicionadas nesses estabelecimentos pessoas formadas sobre as questões da laicidade".

No final da manhã, a Primeira-ministra, Elisabeth Borne, disse que "até ao momento, não se tinham registado incidentes". Por sua vez, Gerald Darmanin, Ministro do Interior, sublinhou "o carácter sensível deste regresso às aulas" relativamente à questão da laicidade.

Reagindo a esta proibição que tem suscitado alguma controvérsia, Sophie Binet, secretária-geral do sindicato CGT, considerou "muito perigoso iniciar um novo ano lectivo com este anúncio" porque "estigmatiza uma parte da população" e porque "oculta as verdadeiras questões".

Esta segunda-feira, mais de 6 milhões de alunos do ensino primário e outros tantos estudantes do ensino secundário regressam às aulas sem garantias de ter um professor.

Desde há uns anos a esta parte, mas especialmente desde 2022, a França conhece uma crise de recrutamento dos professores, havendo este ano 3.100 vagas que não foram preenchidas, apesar de o Presidente da República ter prometido ainda na sexta-feira que haveria "um professor para cada turma" neste novo ano lectivo. Para o SNEC-FSU, primeiro sindicato do ensino secundário, o esforço perante a penúria de professores é "notoriamente insuficiente".

Outra problemática em cima da mesa é o fenómeno do assédio nas escolas. O governo garante que vai divulgar um plano sobre esta matéria até ao final deste mês. Os sindicatos do sector queixam-se da falta de enfermeiras escolares e meios para fazer frente a esta problemática.

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