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Maiote

Autoridades francesas começam a destruir bairro de lata na ilha Maiote

A operação Wuambushu, que visa destruir um dos maiores bairros de lata no Norte da ilha de Maiote onde vivem centenas de pessoas, levada a cabo pelas autoridades francesas recomeçou hoje de manhã, com muitas críticas por parte das associações que defendem os direitos dos migrantes neste território. 

A operação de destruição do bairro de lata Talus 2 na ilha da Maiote começou esta manhã.
A operação de destruição do bairro de lata Talus 2 na ilha da Maiote começou esta manhã. © Lola Fourmy/RFI
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A destruição de 162 barracas começou hoje de manhã no bairro Talus 2, um bairro de lata na cidade de Koungou, na ilha de Maiote, no arquipélago com o mesmo nome que faz parte do território francês. De forma a levar a cabo a operação Wuambushu, que visa acabar com todos os bairros de lata neste território remoto situado entre o Oceano Índico e o Canal de Moçambique, as autoridades enviaram em Abril centenas de polícias para a Maiote num movimento que está a gerar muitas críticas e dúvidas sobre a legitimidade desta operação.

Na Maiote há cerca de 1000 família que vivem em bairros de lata e mais de três quartos da população deste bairros não tem nacionalidade francesa, levando muitas associações a questionarem as acções do Estaod francês contra estas comunidades. Embora a uma parte dos moradores tenha sido oferecida outra opção de alojamento, muitos migrantes, com poucos recursos financeiros, podem ficar na rua nos próximos meses.

Logo em Abril, as autoridades francesas lançaram a operação Wuambushu, mas as escavadoras foram impedidas de entrar no bairro com confrontos entre os populares e a polícia. Mais tarde, os tribunais deram razão às populaões dizendo que as acções do Governo foram "precipitadas". Desta vez, as autoridades avisaram a população e os habitantes puderam retirar objectos de valor das suas casas.

Esta operação tem também como objectivo expulsar imigrantes ilegais, muitos vindos das vizinhas Ilhas Comores, o que tem criado muitos atritos entre a França e este país africano. O impasse levou mesmo ao corte das ligações marítimas entre os dois países, com a França a querer repatriar muitos dos imigrantes ilegais que vivem nos bairros de lata do arquipélago da Maiote.

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