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França

França: fim-de-semana tenso em véspera de debate de duas moções de censura

Em véspera do debate parlamentar esta segunda-feira sobre as duas moções censura apresentadas respectivamente por um grupo de partidos de oposição, nomeadamente a NUPES, e pela extrema-direita da União Nacional, membros do governo de Elisabeth Borne defenderam a impopular reforma do sistema de aposentações que foi adoptada na sexta-feira, sem voto, através do recurso ao artigo 49.3, enfurecendo ainda mais uma larga maioria da população que manifesta há vários dias contra este projecto.

Um manifestante empurra um caixote do lixo em chamas durante uma nova noite de protestos em Paris, a 18 de Março de 2023, contra a reforma das pensões.
Um manifestante empurra um caixote do lixo em chamas durante uma nova noite de protestos em Paris, a 18 de Março de 2023, contra a reforma das pensões. © AFP
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Em entrevista ao jornal 'Le Parisien', o ministro da Economia Bruno Le Maire disse pensar que "não haverá maioria para provocar a queda do governo". Ao considerar que a reforma do sistema de aposentações não é motivo para derrubar o executivo, este peso-pesado do governo rematou que "cada um deve tomar as suas responsabilidades".

Por sua vez, em declarações ao 'Journal du dimanche', Olivier Dussopt, ministro do Trabalho disse que para alguma moção ser adoptada "ela teria que juntar uma coligação dos +contra+ e dos +anti+, para obter uma maioria muito heterogénea sem linha política comum". O governante que tem defendido esta reforma há vários meses, martelou ainda que "o primeiro objectivo" do executivo é o de "salvar o sistema de aposentações".

Segundo uma última sondagem realizada ainda antes do recurso ao artigo 49.3, a popularidade do Presidente Macron caiu para 28%, o seu mais baixo nível desde a crise dos 'coletes amarelos'.

Na rua -e não só- a mobilização continua. Este domingo, um porta-voz da petrolífera Total, informou que 34% dos efectivos operacionais estavam em greve esta manhã. Ontem, foi anunciada a paralisação completa de duas refinarias.

Neste sábado à noite, em Paris, apesar de as autoridades policiais terem proibido desde ontem as manifestações na Praça da Concorde onde se têm concentrado nestes últimos dias as acções de protesto e as violências, juntaram-se manifestantes no sul da capital por iniciativa do sindicato CGT, tendo havido confrontos com a polícia e destruições diversas, com 122 detenções sobre um total de 169 a nível nacional.

Ontem à noite também, a permanência do partido dos Republicanos em Nice, no sul, foi vandalizada. Eric Ciotti, presidente deste partido que apoia o governo, disse que quem está por detrás disso pretende "pressioná-lo" no sentido de votar a favor de alguma das moções, mas que ele não vai votar "em nenhuma" das moções a serem submetidas amanhã aos parlamentares, para não "juntar caos ao caos".

Refira-se contudo que um punhado de eleitos de partido dos Republicanos disse que votaria a favor da moção defendida nomeadamente pela NUPES. Este texto  assim como a moção apresentada pela extrema-direita de Marine le Pen devem ser submetidos aos parlamentares nesta segunda-feira a partir das 16 horas.

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