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#Manifestações

França: Nova jornada de protestos contra reforma do sistema de pensões

É a oitava jornada de protestos e greves contra a reforma governamental do sistema de pensões em França. O texto final poderá ser votado na quinta-feira de manhã no Senado e à tarde na Assembleia Nacional. Caso não obtenha maioria, o governo poderia recorrer ao artigo 49.3 que permite uma adopção sem voto. A luta vai continuar, prometem sindicatos.

Manifestação contra a reforma das pensões. Paris, 7 de Fevereiro de 2023.
Manifestação contra a reforma das pensões. Paris, 7 de Fevereiro de 2023. © rfi/Carina Branco
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França vive, esta quarta-feira, a oitava jornada de protestos contra a reforma do sistema de pensões. A greve mais visível é na recolha do lixo em Paris, com as ruas da capital repletas de caixotes e sacos de lixo. Há dez dias que não há recolha e a greve vai manter-se, pelo menos, até 20 de Março.

Os outros sectores que voltam a ser afectados pela contestação são os transportes, a educação, os portos e a energia.

Hoje está prevista uma reunião da comissão paritária de deputados e senadores para tentar chegar a um acordo para o texto final. Se for alcançado, o documento é votado esta quinta-feira de manhã no Senado e à tarde na Assembleia Nacional. Caso não obtenha maioria, o governo poderia recorrer ao artigo 49.3 que permite uma adopção sem voto.

O secretário-geral do sindicato Unsa, Laurent Escure, admitiu, em entrevista ao canal BFM TV, que os protestos vão continuar para além de quinta-feira e lembrou que se aprovada, a lei deve ainda passar pelo Conselho Constitucional, o que poderá prolongar a luta contra a reforma.

Em entrevista à RFI, também o secretário confederal da CGT, Boris Plazzi, avisa que o Governo poderá ter movimentos sociais cada vez mais duros, como aconteceu entre 2018 e 2019 com os coletes amarelos. "Vamos continuar a pressionar porque para além da raiva contra esta reforma do sistema de pensões, há uma raiva muito forte da população sobre os salários devido à elevada inflação e eu acho que o segundo mandato de Emmanuel Macron começa muito mal. Esta raiva pode transformar-se em algo mais radical, mais furioso e isso vai acontecer fora do quadro sindical e é disso que temos receio, como aconteceu com os 'coletes amarelos' ou até pior", indicou.

As manifestações e greves começaram a 19 de Janeiro contra o projecto defendido pelo Presidente francês Emmanuel Macron e cuja principal medida é a passagem da idade mínima de entrada na reforma de 62 para 64 anos.

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