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França

Suspeito do ataque contra curdos em Paris reconhece "racismo patológico"

Continua a investigação em torno do ataque na sexta-feira no centro de Paris, durante o qual um homem de 69 anos matou a tiro 3 curdos e feriu 3 outras pessoas. Segundo as autoridades, durante o seu interrogatório, o suspeito reconheceu ter tido motivações racistas.

A rua de Enghien, no centro de Paris, à margem de uma manifestação junto do local onde se deu o ataque em que morreram 3 curdos, na sexta-feira 23 de Dezembro de 2022.
A rua de Enghien, no centro de Paris, à margem de uma manifestação junto do local onde se deu o ataque em que morreram 3 curdos, na sexta-feira 23 de Dezembro de 2022. REUTERS - SARAH MEYSSONNIER
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Ao comunicar hoje à imprensa que o suspeito, ele próprio ferido, foi conduzido neste sábado para uma unidade psiquiátrica, a procuradora-geral da República Laure Becuau referiu que durante a sua detenção provisória, ele admitiu ter sido movido pelo "racismo".

De acordo com a responsável, o homem, de nacionalidade francesa, apresentou-se como sendo "depressivo" com tendências "suicidas" que nutre um "ódio contra os estrangeiros que se tornou completamente patológico" depois de ter sido vítima de um assalto em casa em 2016.

O homem que já tinha atacado migrantes no passado e que inclusivamente já tinha sido condenado em 2021, confessou igualmente que, na sexta-feira, antes de se dirigir no final da manhã para o centro da capital, tinha ido primeiro de madrugada a uma cidade dos arredores de Paris, no intuito de matar estrangeiros mas que tinha acabado por desistir por ter encontrado poucas pessoas na rua.

Apesar deste perfil, a procuradora-geral da República disse que buscas efectuadas dentro da residência do suspeito assim como a análise do conteúdo do computador e do telemóvel do suspeito não revelaram qualquer elo com a ideologia de extrema-direita.

Este caso colocou o país em estado de choque. Ontem uma manifestação de homenagem às vítimas no centro da capital resvalou para confrontos entre manifestantes e as forças da ordem, o balanço tendo sido de 11 detenções. Um facto que não deixou de ser comentado no exterior, nomeadamente por Ibrahim Kalin, um dos conselheiros especiais do presidente turco que na rede Twitter apontou o dedo ao PKK em França. A Turquia, refira-se, considera os separatistas curdos como sendo terroristas.

Já do lado curdo, centenas de membros desta comunidade na Síria manifestaram hoje em Hassaké no nordeste do país, para prestar homenagem aos três "mártires" que morreram na sexta-feira que responsáveis curdos em França qualificaram de "atentado terrorista".

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