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Ataque

Racismo é tido como principal mote do ataque a centro curdo em Paris

Em França, o caso do homem de 69 anos que matou três pessoas e feriu outras três num centro de cultura curdo, em Paris, continua a chocar o país. A comunidade curda em Paris manifestou-se ontem e hoje contra este acto que os visava directamente, com muitos a questionarem porque é que o homem foi colocado em liberdade se já tinha antecedentes criminais. O racismo foi tido como principal mote deste ataque, segundo as autoridades.

A rua Enghien foi fechada ao trânsito após o tiroteio que vitimou mortalmente três pessoas.
A rua Enghien foi fechada ao trânsito após o tiroteio que vitimou mortalmente três pessoas. AFP - THOMAS SAMSON
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A procuradora-geral de Paris, Laure Beccuau, fez na sexta-feira à tarde um ponto de situação sobre o que se passou na rua Enghien, assim como os antecedentes criminais do homem de 69 anos que levou a cabo este ataque.

"Posso dizer-vos que há três mortos, uma pessoa com ferimentos muito graves, duas pessoas em estado de urgência relativa e o suspeito também está ferido, especialmente na cara. O suspeito já era conhecido dos serviços judiciários porque tinha antecedentes em dois casos diferentes, um em Seine Saint Denis, no qual já foi julgado e condenado, mas houve um recurso neste processo. Outro antecedente, o suspeito atacou tendas e pessoas que estavam no parque em Bercy, tendo havido um processo no fim de 2021 e o suspeito tinha acabado de ser libertado. Quanto às motivações racistas deste ataque, estes motivos vão fazer parte das investigações que estamos a levar a cabo com uma grande equipa", afirmou Laure Beccuau.

O racismo foi entretanto tido em conta pelo Ministério Público francês como o motivo deste crime, com o suspeito a admitir ao polícia que o prendeu que o alvo do ataque era mesmo a comunidade curda, dizendo mesmo ser "racista". No ataque de Bercy, este mesmo homem tinha ferido dois migrantes que dormiam junto às suas tendas, tendo utilizado uma arma branca.

O homem está agora a ser investigado por assassinato, tentativa de homicídio, violência com arma, com a agravante do motivo de racismo que pode levar a uma pena majorada, que pode ir até à prisão perpétua. Em casa, este homem teria várias armas de fogo, para além da arma utilizada para o ataque.

Em diferentes marchas da comunidade curda que aconteceram ontem e hoje na capital francesa,aconteceram distúrbios, com esta comunidade a mostrar-se revoltada por ter sido visada por um ataque desta amplitude.

Tanto a primeira-ministra, Elisabeth Borne, como o Presidente da Republica, Emmanuel Macron, condenaram este ataque, descrevendo-o como "abominável".

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