"Eleições do medo": abstenção elevada na primeira volta das autárquicas
França está já na fase mais grave de epidemia, mas os franceses foram chamados a votar para a primeira volta das eleições municipais. A abstenção foi histórica, mas verdes e nacionalistas saíram reforçados.
Publicado a:
Ouvir - 00:56
A primeira volta das eleições autárquicas deste domingo foram colocadas para segundo plano, face à epidemia de coronavírus que o país atravessa, e a abstenção subiu em flecha e se fixou em 55%, cerca de mais 20% comparativamente a 2014.
O próprio director-geral adjunto do Instituto francês de opinião pública, Yannick Vely, veio sublinhar a abstenção ao dizer que é "ruptura com um ciclo tradicional de eleições municipais" que normalmente são altamente participadas. Vely foi mais longe e falou em "eleições do medo" devido ao coronavírus.
No entanto, há partidos que ainda se reforçaram. Tal como nas eleições europeias, em maio do ano passado, em que o país tinha assistido a uma onda verde, nesta volta municipal voltou a repetir-se.
Em cidades como Bordéus, Lyon ou Estrasburgo foram os movimentos verdes que lideraram. Em Paris, o partido socialista, da actual presidente Anne Hidalgo, com um programa bastante ecologista, também alcançou uma votação expressiva.
Os nacionalistas da União Nacional ficaram também bem posicionados. Alguns conseguiram mesmo a eleição à primeira volta, como nas cidades de Béziers e Tourcoing.
Tudo indica, no entanto, que a segunda volta, marcada para o próximo domingo, não venha a acontecer face à epidemia que o país atravessa. Várias líderes políticos pediram o adiamento do acto eleitoral, da esquerda à direita, e segundo a imprensa francesa, o próprio primeiro-ministro veio já sugerir que a segunda volta se possa vir a realizar em junho.
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro