Mostra de Cannes encerra com filme da Guiné-Bissau
Cannes – "Nome" de Sana Na N'Hada é o filme de encerramento da mostra ACID em Cannes. O célebre cineasta guineense volta a pegar na luta de libertação para o seu filme. Nome é um rapaz seduzido pela luta, no final dos anos 60. Ao idealismo da luta pelo fim do regime colonial seguir-se-á, porém, no seu caso o cinismo e a ambição do pós independência.
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Quando os heróis da luta de libertação, liderada pelo PAIGC, Partido africano para a independência da Guiné e Cabo Verde, se tornam em verdadeiros abutres dispostos a tudo pela ganância de bens materiais.
"Nome" é herói e vilão neste filme, na sua juventude e, depois, na idade adulta, respectivamente.
Dos ideais da sociedade rural ele ruma, depois, para a capital, à espera de benesses.
Um filme onde não faltam referências aos irãs, poderes espirituais animistas, com uma fotografia cuidada e a música de Remna Schwarz, filho de uma das maiores referências do sector: José Carlos Schwarz.
Remna Schwarz entrevistado por Miguel Martins no dia 24 de Maio de 2023 no Festival de Cannes
Uma longa metragem rodada, nomeadamente, no sul do país, para além da capital.
Um projecto que associa também imagens de arquivo do advento de um país rumo à sua independência, processo em que o realizador foi dos principais protagonistas.
O cinema guineense, mas também o cabo-verdiano foram referências da lusofonia africana neste certame.
Para além disso dois filmes africanos: um senegalês e um tunisino levaram o nome do continente à mais prestigiosa das montras do certame, a competição da selecção oficial.
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