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Angola

Jornalistas denunciam possível entrada de políticos no jornalismo em Angola

A classe jornalística angolana denuncia uma tentativa de partidarização da comunicação social, com a entrada de membros de direcção de partidos políticos no sector. Em causa, está a retirada de um artigo do estatuto dos jornalistas que fala sobre as incompatibilidades da profissão. Francisco Paulo, o nosso correspondente tem mais informação.

Jornalistas estão preocupados com novas alterações ao seu estatuto em Angola.
Jornalistas estão preocupados com novas alterações ao seu estatuto em Angola. REUTERS/Benoit Tessier
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O líder do Misa-Angola, André Musssamo, diz estar na forja uma proposta do Executivo que visa alterar o estatuto dos jornalistas e desconhece as razões dos proponentes do texto que vai ser remetido dentro de dias ao Parlamento. 

André Mussamo sublinha que, caso se efective, o diploma vai permitir que membros de direcção de partidos políticos pratiquem jornalismo nas redacções, contrariando o actual estatuto que proíbe tal iniciativa.

Porque é que o executivo está a propor que se retire esta incompatibilidade do estatuto do jornalista? O nosso entendimento tem sido de que alguém terá compreendido que as suas “milícias digitais” ou propagandistas cansados, que há aos montes no nosso país, não estão a conseguir fazer, devidamente, o seu trabalho político, porque nós começamos a prestar atenção ao que o estatuto diz e a denunciar aqueles que estão incompatíveis”, desconfia o jornalista.

André Mussamo refere que a classe não foi ouvida em relação à iniciativa do Governo, afirmando que o projecto não mexe apenas com os jornalistas, mas também com a própria democracia que pode ver “estreitada” a liberdade de toda a população.

Mais grave ainda, sem ouvir a quem o estatuto interessa. Aliás, não somos só nós os jornalistas interessados nela, a própria democracia em si tem que lutar com todas as suas garras para manter a liberdade de imprensa e, consequentemente, de expressão, de opinião, por aí fora. Mas o que vai acontecer é que a milícia digital, fingida de jornalista, vai poder operar com mais legitimidade”, alertou o responsável do Misa-Angola.

De acordo com o Misa-Angola, o actual estatuto é claro, quando afirma que há incompatibilidade entre o jornalismo e as pessoas que integrem cargos de direcção de partidos políticos, questionando a intenção da retirada do artigo no documento.

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