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Angola

Angola: 8.000 refugiados de Lóvua regressam à RDC

 Cerca de 8 mil dos 23.600 refugiados congoleses iniciaram este fim de semana o seu regresso voluntário de Lóvua à RDC, alegando falta de condições de vida no campo de refugiados da Lunda Norte.

Imagem do campo de refugiados de Lóvua, situado a uma centena de kms da fronteira congolesa
Imagem do campo de refugiados de Lóvua, situado a uma centena de kms da fronteira congolesa RFI/Sonia Rolley
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Milhares de refugiados oriundos da República Democrática do Congo, que se encontram no campo de refugiados de Lóvua, na província da Lunda Norte, decidiram unilateralmente este fim de semana (17 e 18/08) iniciar uma marcha de cerca de uma centena de kms, para regressar ao seu país natal, de onde começaram a fugir em Maio de 2017.

Cerca de 8 mil dos 23.600 refugiados existentes no campo de Lóvua, decidiram regressar voluntariamente e sem qualquer apoio, em protesto contra a demora da comissão tripartida, composta por Angola, RDC e Alto Comissariado da ONU para os Refugiados - ACNUR - em criar condições para o seu regresso.

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Avelino Miguel, correspondente em Luanda

O ACNUR, Angola e a RDC devem reunir-se de emergência nas próximas horas, para tentar evitar uma crise humanitária, tendo em conta que as condições ainda não estão reunidas, para o regresso dos refugiados na sua maioria provenientes da região congolesa do Kassai.

Em comunicado, o governo provincial da Lunda Norte anunciou que vai tentar demover os refugiados de prosseguirem a marcha até que estejam criadas as condições mínimas logísticas de apoio e prestar o apoio possível aos que decidiram apêsar de tudo regressar, alegando a falta de condições para continuarem em Angola.

Os refugiados que abandonaram a RDC devido aos conflitos entre as forças governamentais e grupos de rebeldes, multiplicaram nos últimos meses os apelos para a criação de condições de segurança para o seu regresso às suas zonas de origem.

Segundo Juliana Ghazi, a responsável do ACNUR em Angola o início do ano lectivo em setembro, os laços culturais e étnicos e a estabilidade desde a eleição em Janeiro do Presidente Félix Tshisekedi, motivaram este regresso, refutando qualquer relação entre este regresso e a falta de condições no campo de refugiados de Lóvua.

Juliana Ghazi afirma que em Lóvua as escolas funcionam regularmente, bem como as clínicas que atendem os refugiados e há distribuição semanal de comida, admitindo no entanto que o regresso por "conta própria complica a situação".

Para se integrar da situação chegou esta segunda-feira (19/08) à província da Lunda Norte uma delegação ministerial angolana integrada pelos ministros da Defesa, Salviano de Jesus Sequeira e da Acção Social, Família e Promoção da Mulher, Faustina Fernandes Alves.

A 29 de Julho após um encontro entre o ACNUR e os governadores da Lunda Norte Ernesto Muangala e do Kassai Martin Malumba, este último garantiu que estavam criadas as condições para o repatriamento dos refugiados, na sequência das mudanças políticas neste país.

Até Junho deste ano o ACNUR estimava que 85% dos refugiados pretendiam regressar voluntariamente à RDC, mas o calendário deveria ser definido posteriormente e até Outubro.

No entanto este começou unilateralmente este sábado (17/08) a escassos dias da reunião quadripartida, que vai juntar esta quarta-feira (21/08) em Luanda, entre outros, os Presidentes de Angola João Lourenço e da RDC Félix Tshisekedi.

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