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Angola

Angola: Trabalho escravo em empresa de pesca ?

Em Angola há denúncias de suposto trabalho escravo em Benguela numa empresa de pesca detida por interesses chineses. A RFI falou com o Sindicato das Pescas para perceber melhor a situação. Em Benguela, no município da Baía Farta, o Sindicato das Pescas denuncia suposto trabalho escravo a que estariam submetidos mais de 400 trabalhadores angolanos.

Pesca em Benguela.
Pesca em Benguela. Daniel Frederico/RFI
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E isto por parte de uma empresa de pesca dirigida por chineses e angolanos. Esta denúncia acontece apenas seis meses depois da mesma ser inaugurada pela ministra das Pescas e do Mar.

A "Pescaria Guarna" pesca em Benguela, propriedade dos Chineses, e os empregados "trabalham todos os dias de segunda a segunda com beliches de tábuas sem colchão. Os trabalhadores não podem se deslocar junto das suas famílias porque têm que trabalhar 24 sobre 24 e nem têm grupo de turno constituído para além de terem uma má dieta alimentar: sardinha grelhada, frita com arroz, e no fim do mês são descontados 7 mil de alimentação dos 27 mil kwanzas que ganham", denuncia Joaquim de Sousa, secretário do Sindicato provincial das Pescas.

O sindicalista diz não perceber: "não se compreende como é que o angolano na sua terra ainda sofre, submetido a uma escravatura, como se estivéssemos pior que no tempo colonial" que não seria admissível na época actual para Joaquim de Sousa, acrescentando que "quando se deslocam para casa ir ver a família, dão-lhes algumas horas, e quando ultrapassam essas horas, se voltarem tarde, são despedidos do trabalho", frisou.

O caso da companhia de pesca resultante de um investimento de 50 milhões de dólares, e inaugurada pela ministra das Pescas e do mar, não passou despercebido pelo Governo local que já reagiu através do seu director Provincial da MAPTESS, Simão Maleze, "foi dada uma moratória de 15 dias para regularização das questões denunciadas e detectadas, e aguardemos este período para que se cumpra para avaliação, se não tomaremos claras medidas: recorreremos à legislação em vigor e ou à aplicação de pesadas multas", confirmou a RFI.

Ouça a reportagem do nosso correspondente, Daniel Frederico.

01:21

Reportagem de Daniel Frederico

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