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Argélia

Manifestantes continuam a reclamar fim do regime na Argélia

Oitava sexta-feira de manifestações em Argel, contestando o regime político-militar, primeiro acto de protesto depois da entrada em funções do presidente interino, Abdelkader Bensalah, que anunciou eleições presidenciais para 4 de julho. Mas o povo argelino nas ruas não quer e pede a queda de todo o sistema clânico de Bouteflika e Bensalah.

Oitava sexta-feira de manifestações em toda a Argélia pedindo o fim do regime
Oitava sexta-feira de manifestações em toda a Argélia pedindo o fim do regime REUTERS/Ramzi Boudina
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Nas ruas da capital e de outras cidades argelinas, os manifestantes continuam a rejeitar todo o sistema do presidente deposto, Abdelaziz Bouteflika, nomeadamente, Bensalah, de 77 anos, um autêntico aparatchik, que fez quase toda a sua carreira ao lado de Bouteflika.

As manifestações mais importantes são as de Argel, Constantina, Anaba, Tizi Ouzu, Béjaia, cidades de Cabٌília, no norte da Argélia.

Os argelinos estão muito activos nas redes sociais, onde nasceu este movimento de revolta contra Bouteflika e todo o seu sistema político-militar montado há 20 anos ou mais um estágio da continuidade do regime instalado desde a independência.

“Um dos slogans que mais se ouve nas manifestações é “eles têm de partir todos”.

O movimento de constestação considera que as estruturas e personalidades de Bouteflika não estão em condições de garantir um escrutínio livre e equitável para designar o seu sucessor.

Aliás a maioria dos argelinos já denuncia uma eleição com fraudes para confortar o « sistema no poder ».

Manifestantes contra regime político-militar

Por seu lado, o poder teima em seguir o que está previsto na Constituição, ou seja eleição presidencial de um novo presidente nos próximos 90 dias depois da vacatura de poder do Presidente Bouteflika, demitido, por incapacidade física para exercer as suas funções.

Só que é uma leitura enviesada da Constituição, porque na verdade, os militares e o clã de Bouteflika, começaram por dar um golpe constitucional, ao usurpar poderes do Tribunal constitucional, mantendo Bouteflika no poder, abrir um tempo de debate para marcar eleições num período sem data determinada.

O clã só recuou e demitiu Bouteflika, sob pressão da rua, designando Bensalah, como presidente, controlado pelos generais e a secreta argelinos, logo continuidade do mesmo regime.

É isso que o povo argelino nas ruas não quer e pede a queda de todo o sistema clânico de Bouteflika e Bensalah. Mas os militares vão aceitar? A ver vamos !  

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Manifestantes continuam a reclamar fim do regime na Argélia

 

 

 

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