Fábrica de antirretrovirais em parceria com Brasil começa a operar em Moçambique
A primeira fábrica de antirretrovirais de Moçambique começou a operar nesse sábado. O projeto foi lançado em cooperação com o Brasil, que transferiu tecnologia para a produção dos medicamentos e a formação do pessoal. O vice-presidente brasileiro Michel Temer assistiu ao início das operações.
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Com a colaboração de Liliana Henriques, enviada especial da RFI a Moçambique.
O vice-presidente brasileiro, que estava em Maputo para a reunião de cúpula da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), visitou nesse sábado as instalações da fábrica de medicamentos antirretrovirais em Matola, próximo da capital moçambicana. A iniciativa faz parte do acordo de cooperação entre os dois países e deve beneficiar cerca de 2,7 milhões de pessoas que vivem com HIV/Aids no país.
Michel Temer, vice-presidente brasileiro
Para Michel Temer, “essa fábrica vai produzir um efeito benéfico não apenas na saúde, mas também socialmente em Moçambique”. Atualmente, mais de 11% da população do país é portadora do vírus, um índice que alcança 15% entre as moçambicanas grávidas, entre 15 e 49 anos de idade.
Também participaram do evento representantes da Fundação Oswaldo Cruz e autoridades locais, como o presidente do Conselho Municipal da cidade da Matola, Arão Nhancale. “Estamos orgulhosos por termos a primeira fábrica na África”, disse Nhancale nesse sábado.
Arão Nhancale, presidente do Conselho Municipal de Matola
Por enquanto, até que todos os profissionais sejam formados, os medicamentos serão fabricados no Brasil e apenas a embalagem e o controle de qualidade serão realizados no país africano. Mas a fabricação de alguns antirretrovirais já deve ser possível na fábrica de Moçambique no final deste ano. O projeto prevê uma total autonomia num prazo de dois anos.
A expectativa é de que a nova fábrica produza cerca de 371 milhões de unidades farmacêuticas por ano, incluindo antirretrovirais. O projeto tem um custo estimado de US$ 23 milhões.
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