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Aids/Epidemia

Queda de investimentos na luta contra a Aids preocupa

A Organização Mundial da Saúde (OMS), a Unicef e a Unaids comemoram os avanços na luta contra a Aids nos últimos dez anos. Mas as instituições se mostraram preocupadas com a queda das verbas destinadas aos programas de prevenção. As entidades emitiram um relatório comum na véspera do Dia Mundial de Luta contra a Aids, celebrado nesta quinta-feira, 1° de dezembro.

Garoto recebe tratamento antirretroviral na África do Sul
Garoto recebe tratamento antirretroviral na África do Sul Reuters/Siphiwe Sibeko
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O documento divulgado pela OMS, a Unicef e a Unaids afirma que “a incidência mundial de infecções do HIV se estabilizou” e começou a cair em vários países onde a epidemia era generalizada. Segundo as três instituições, esses resultados foram alcançados graças ao acesso aos tratamentos antirretrovirais. De acordo com o relatório, no final de 2010 cerca de 6,65 milhões de pessoas já eram tratadas no mundo. Em entrevista coletiva, o médico Gottfried Hirnschall, diretor do departamento HIV/Aids da OMS, disse que a partir de agora “já é possível dominar a epidemia”, algo que era considerado completamente irrealista há alguns anos, explica o relatório.

As instituições também comemoram a queda no número de novas infecções. Em 2010, cerca de 2,7 milhões de pessoas foram contaminadas, o índice mais baixo registrado desde 1997. No entanto, segundo Leila Pakkala, diretora da Unicef, cerca de mil crianças ainda são infectadas diariamente, na maioria das vezes de maneira involuntária pela própria mãe.

Queda nos investimentos

Apesar dos progressos registrados, as organizações se preocupam com a queda dos investimentos na luta contra a Aids. O relatório revela que o orçamento para combater a doença no mundo passou de 15,9 bilhões de dólares em 2009, para 15 bilhões no ano passado.

As organizações não-governamentais também alertaram para o problema. Segundo Guillaume Grosso, presidente para a antena francesa da associação internacional One, o Fundo Mundial de Luta contra a Aids não consegue mais se manter por falta de verba. Para ele, a epidemia ainda não está sob controle, “mas com um esforço político e financeiro importante, o mundo poderá ver o fim da Aids já em 2015".

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Marco Antonio Vitoria, médico do programa de HIV/AIDS da OMS

Atualmente 34 milhões de pessoas vivem com o vírus HIV no mundo e 1,8 milhões morreram da doença no ano passado. O continente africano ainda é o mais atingido pela doença. Essa região, que concentra 68% dos contaminados do planeta, conta com 5% de doentes em sua população. No resto do mundo a taxa de contaminação é inferior a 1%.

Depois da África, as ilhas do Caribe são a segunda zona geográfica que mais sofre com o vírus, que atinge 200 mil pessoas. Já a Europa do Leste conta com 1,5 milhões de infectados e registrou 90 mil mortes em 2010. A evolução da epidemia é estável na América Latina, na Europa Ocidental e na América do Norte.
 

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