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Senegal

Presidente da Guiné-Bissau deslocou-se ao Senegal como "irmão"

O Presidente da Guiné-Bissau deslocou-se ontem ao Senegal mergulhado desde o final da semana passada numa crise política inédita, depois de o Presidente Macky Sall ter anunciado a sua decisão de adiar as presidenciais inicialmente previstas para o dia 25 deste mês. Desde então, o país está em ebulição e a oposição acusa o Presidente de "golpe constitucional". À chegada em Dacar, Umaro Sissoco Embalo vincou que a paz nesse país “é muito importante”.

O Presidente da Guiné-Bissau no dia 3 de Julho de 2022.
O Presidente da Guiné-Bissau no dia 3 de Julho de 2022. AFP - NIPAH DENNIS
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"Vim ver o Presidente Macky Sall que é um irmão mais velho, para conversar com ele sobre a situação na sub-região e também sobre o Senegal porque sabem que a estabilidade do Senegal é muito importante para a nossa sub-região" começou por declarar o Presidente guineense

"O Senegal é um modelo de democracia. Sessenta anos de independência, quatro chefes de Estado e nenhum Presidente de transição. Isto é muito importante. Quando dizemos isso no âmbito da CEDEAO, os senegaleses têm muito orgulho nisso. Isto não é como os nossos países, onde há repúblicas de transição. Penso que é muito importante que o Senegal guarde esta tradição", vincou ainda Umaro Sissoco Embalo ao declarar que "a paz no Senegal é muito importante para a Guiné-Bissau, a Gâmbia e a nossa sub-região".

Dirigindo-se à imprensa, o chefe de Estado guineense esclareceu ainda que não se tina deslocado ao Senegal como "mediador", mas como "irmão". "Tenho muitos irmãos em todos os partidos de oposição senegaleses. Vivi aqui no Senegal e todos falam comigo. Muitos expressaram a intenção de me verem, vão conversar comigo ao hotel e muitos telefonam. Não há crise, sou um irmão do Senegal", disse Umaro Sissoco Embalo.

"A estabilidade do Senegal é a estabilidade de África. Não é só o Senegal. O Senegal é um país onde tudo termina com o diálogo. Não é como nos nossos países onde as pessoas pegam nas armas para se matarem uns aos outros. Penso que é muito importante que os senegaleses preservem este espírito", acrescentou ainda o Presidente guineense que se deslocou ao Senegal num contexto conturbado.

A semana foi marcada por manifestações da oposição marcadas por confrontos com as forças da ordem. Esta sexta-feira, uma nova plataforma de activistas cívicos, religiosos e sindicatos apelam à mobilização contra o adiamento das eleições presidenciais.

Esta decisão validada no parlamento na segunda-feira pelos apoiantes de Macky Sall que decidiram marcar as presidenciais para 15 de Dezembro, tem suscitado não só a indignação da sociedade civil e da oposição, como também de algumas vozes da comunidade internacional, nomeadamente dos Estados Unidos, da União Africana e da CEDEAO.

Reunida ontem em cimeira extraordinária em Abuja, na Nigéria, a CEDEAO apelou à unidade dos países da região.

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