Azali Assoumani lançado para nova vitória com oposição silenciada nas Comores

Azali Assoumani deve ganhar o seu terceiro mandato presidencial nas eleições que decorrem no domingo nas Ilhas Comores. A oposição queixa-se de silenciamento e apela ao boicote ao escrutínio.

Vista da cidade de Anjouan, nas Comores. AFP - YOUSSOUF IBRAHIM

O actual Presidente das Comores, Azali Assoumani, é a figura mais bem colocada para ganhar as eleições presidencias que se realizam no Domingo neste arquipélago ao largo de Moçambique. Em 2018, Assoumani, antigo coronel e líder do golpe de Estado de 1999, alterou mesmo a Constituição para aumentar o número de mandatos possíveis à frente do país.

Contra ele apresentaram-se cinco candidatos que se queixam de alegadas fraudes no escrutínio e já denunciaram as listas eleitorais que ainda nem foram publicadas. A perseguição de Assoumani, que subiu democraticamente ao poder em 2016, levou grandes figuras da oposição como o antigo Presidente Ahmed Abdallah Sambi à prisão por alta traição e outra figura, Mohamed Ali Soilih, está exilado em Paris.

Houve manifestações marcadas esta semana para apelar ao boicote das eleições, mas um série de prisões aleatórias por parte das autoridades terá desencorajando os manifestantes e organizadores. Caso Assoumani ganhe as eleições, estará no poder até 2029.

O arquipélago das Comores é constituído por três ilhas Grande-Comore, Anjouan et Mohéli e tem uma população de cerca de 900 mil pessoas, sendo 99% de confissão muçulmana. Este é um país com uma população muito jovem, já que apenas um terço pode votar e estima-se que 45% da população viva abaixo do limiar de pobreza.

Muitos naturais das Comores acabam por emigrar, instalando-se na Maiote, ilha francesa, e em França, estimando-se que esta comunidade tenha 300 mil pessoas em território francês.