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França/Níger

Últimos militares franceses deixaram o Níger

Os últimos soldados franceses destacados no Níger deixaram o país na manhã de sexta-feira. A retirada das tropas francesas, iniciada no início de Outubro, põe fim a dez anos de luta anti-jihadista francesa no Sahel, onde o Níger foi um dos últimos aliados de Paris, antes do golpe militar de 26 de Julho.

Imagem de arquivo da base militar de Niamey, 15 de Maio de 2023.
Imagem de arquivo da base militar de Niamey, 15 de Maio de 2023. AFP - ALAIN JOCARD
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O anúncio foi feito pelo exército nigerino durante uma cerimónia em Niamey, esta sexta-feira: os últimos soldados franceses destacados no Níger deixaram o país na manhã. É o ponto final da presença da força francesa neste Estado liderado por um regime militar desde o golpe de Estado de Julho que derrubou o Presidente eleito Mohamed Bazoum.

A 24 de Setembro, o Presidente francês Emmanuel Macron anunciou que as tropas deixariam o Níger "até ao final do ano". Isto depois de um braço-de-ferro com as novas autoridades em Niamey, que denunciaram vários acordos militares com Paris. O embaixador de França no Níger, Sylvain Itté, foi mesmo expulso pelas autoridades e deixou o país no final de Setembro, depois de semanas em que esteve confinado ao interior da representação diplomática.

A maior parte das tropas francesas estava em Niamey e as restantes encontravam-se em dois postos avançados na chamada zona das três fronteiras - entre o Mali, o Níger e o Burkina Faso- e considerada um bastião de grupos ligados à Al-Qaeda e ao Estado Islâmico.

De forma geral, a retirada dos 1.500 soldados franceses do Níger, que era um dos últimos aliados de Paris antes da chegada ao poder dos generais a 26 de Julho, mete um ponto final a mais de dez anos de combate anti-jihadista francês no Sahel. Antes do Níger, a França também foi pressionada para sair do Mali e do Burkina Faso pelas juntas militares que também protagonizaram golpes de Estado. A França despede-se, também, da influência na região e do seu modelo de contra-terrorismo no Sahel, iniciado em 2013 com a operação anti-jihadista Barkhane, em cooperação com os exércitos dos três países. Uma operação que contou com o envio de forças especiais de parceiros europeus, com o apoio dos americanos que forneceram serviços de informação e apoio logístico a partir da base de Niamey.

Paralelamente ao afastamento de França, os generais no poder no Níger cortaram laços com vários parceiros ocidentais e aproximaram-se da Rússia. Ainda assim, permanecem contingentes americanos no país e, mais modestamente, contingentes alemães e italianos. No início de Dezembro, Niamey anunciou o fim de duas missões da União Europeia, civis e militares. Os Estados Unidos e a Alemanha disseram que estão prontos para retomar as discussões com os nigerinos.

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