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Angola

Angola: localização de cadáver da esposa de Jonas Savimbi cria controvérsia com a UNITA

A descoberta de possíveis ossadas de Ana Savimbi, bem como de generais do antigo braço armado da UNITA, enfurece o maior partido na oposição angolana. 

Jonas Savimbi, líder da UNITA durante mais de 30 anos.
Jonas Savimbi, líder da UNITA durante mais de 30 anos. Ernmuhl via wikimedia / CC BY-SA 3.0
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O governo angolano justifica a iniciativa com o pedido de familiares que pretendem realizar funerais dos seus parentes. Mas a UNITA levanta dúvidas, alegando ser vítima de aproveitamento político da Comissão de Reconciliação em Memória das Vítimas dos Conflitos Políticos.

Em Agosto deste ano, a Comissão de Reconciliação em Memória das Vítimas dos Conflitos Políticos (Civicop) começou, nas províncias do Bié e do Cuando Cubango, centro e leste de Angola, com o processo de buscas dos restos mortais de familiares e antigos dirigentes da Unita.   

A porta-voz da comissão, Israel Nambi, falando à imprensa pública, assegura que foram encontrados, no município do Cuemba, no Bié, supostas ossadas de uma das mulheres de Jonas Savimbi e de Altino Bango Sapalo “Bock”, António Perestelo Moura, Armando Júlio, também conhecido por “Tarzan”, e Antero Vieira, antigos generais da UNITA, mortos em 2000.

Na localidade do Cuemba, a delegação testemunhou à exumação e à entrega aos médicos forenses de restos mortais, que seguiram para os correspondentes exames laboratoriais. Segundo fontes orais, tendo em conta os espólios recolhidos, podem tratar-se de altos oficiais militares pertencentes ao antigo braço armado da UNITA, uma senhora e uma criança, podendo tratarem-se dos generais Bock, Perestelo, “Tarzan” e Antero e a senhora Ana Savimbi, mortos em 2000”, especificou o responsável.

Israel Nambi garante que os estudos forenses vão ajudar a determinar a identidade dos corpos, com base em doações de amostras dos parentes, uma vez que o processo foi uma solicitação dos próprios familiares.

Para Marcial Dachala, da UNITA, tem havido parcialidade da Civicop sempre que se trata de vítimas mortas nas áreas que, anteriormente, eram controladas pelo “Galo Negro”.

Por isso, a União Nacional para Independência Total de Angola queixa-se de aproveitamento político, ao denunciar a Comissão de Reconciliação em Memória das Vítimas dos Conflitos Políticos, civicop, pelo facto de se ter distanciado do foco para o qual foi criada. 

Para nós, a Civicop foi criada no quadro da reconciliação nacional e, era nossa convicção também, de que funcionaria, cumprindo esse espírito. Ora, sempre que se trate de vítimas que, infelizmente, aconteceram nas áreas onde esteve a UNITA, assistimos a todo um aproveitamento político, o que não contribui para reconciliação nacional”, recordou o porta-voz da “Galo Negro”.

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