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Jibuti

Legislativas em Jibuti: eleitores vão às urnas de olhos postos nas presidenciais

Jibuti – No Jibuti os eleitores foram chamados às urnas nesta sexta-feira (24) para decidir a futura composição da Assembleia Nacional. Com um resultado certamente favorável para o governo, alguns partidos da oposição decidiram boicotar o escrutínio.

No Jibuti os eleitores foram chamados a decidir a futura composição da Assembleia Nacional. O partido governante, no poder desde 1979, espera voltar a garantir uma maioria qualificada.
No Jibuti os eleitores foram chamados a decidir a futura composição da Assembleia Nacional. O partido governante, no poder desde 1979, espera voltar a garantir uma maioria qualificada. AFP - TONY KARUMBA
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Cerca de 230,000 cidadãos de Jibuti foram chamados a votar nesta sexta-feira, dia 24, para eleger a futura composição da Assembleia Nacional daquele pequeno país de menos de 1 milhão de habitantes, mas altamente estratégico. De acordo com a imprensa local, a participação pela manhã era fraca e os boletins de voto devem fechar às 18 horas do horário local.

Em jogo estarão os 65 assentos da Assembleia Nacional, dentre dos quais 25% devem ser ocupados por mulheres de acordo com a lei. Actualmente, 58 cadeiras são ocupadas pelo partido governante, a União para a maioria presidencial (UMP), que domina o cenário político desde 1979. O partido foi o único a se apresentar na totalidade das seis circunscrições do país, e está seguro de voltar a garantir uma maioria qualificada.

Por outro lado, o maior partido da oposição, a União para a democracia e a justiça (UDJ) controla os restantes cinco assentos e concorrerá em apenas 2 circunscrições. Os demais partidos decidiram boicotar o escrutínio, nomeadamente o Movimento para a renovação democrática (MRD) e a Aliança Republicana para o Desenvolvimento (ARD), que qualificaram estas eleições de “mascarada”.

Especialistas explicam esta decisão pela falta de interesse da população. Em 2021 o presidente Ismaël Omar Guelleh, que está no poder há 20 anos, foi reeleito com 97,30% dos votos face a Zakaria Ismael Farah, um empresário “outsider” e pouco conhecido pelo público.

Apesar de todas as previsões apontarem para um resultado favorável para o governo, este escrutínio levanta dúvidas quanto ao futuro sucessor de Ismaël Guelleh, num país marcado por dinâmicas de clãs e o equilíbrio entre os Issas e os Afares, as duas principais comunidades.

O dirigente de 75 anos, que concorreu cinco vezes à presidência, não poderá se apresentar às eleições em 2026, pois estará acima do limite de 75 anos imposto pela Constituição. Porém, acredita-se que o seu sucessor será escolhido antes do próximo escrutínio, assim como ocorreu em 1999 quando o antigo mandatário, Hassan Gouled - que governou durante vinte anos -, escolheu o seu "discípulo Guelleh" para assumir os destinos do país.

Situado no Chifre de África e voltado para o Mar Vermelho, o Golfo de Aden e o Estreito de Bab-el-Mandeb, o Jibuti é o país com o maior número de bases estrangeiras do mundo, com bases dos Estados Unidos, Japão, França, Itália, Espanha, e mais recentemente da China e da Arábia Saudita.

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