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Chade

Presidente congolês designado pelos países da CEEAC mediador da crise chadiana

O Presidente da República Democrática do Congo, Felix Tshisekedi, foi designado na tarde desta terça-feira "mediador" na crise chadiana pela Comunidade dos Estados Centro-Africanos (CEEAC) reunida em cimeira extraordinária em Kinshasa, segundo o comunicado final da reunião.

Felix Tshisekedi, chefe de Estado congolês, presidente em exercício da CEEAC, em Setembro de 2022.
Felix Tshisekedi, chefe de Estado congolês, presidente em exercício da CEEAC, em Setembro de 2022. © RFI/France 24
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Durante a cimeira convocada pelo chefe de Estado congolês que assegura actualmente a presidência rotativa da CEEAC, os países participantes analisaram a situação do Chade onde na passada quinta-feira, marchas organizadas pela oposição resvalaram em confrontos entre manifestantes e forças policiais, com um balanço de pelo menos 50 mortos e cerca de 300 feridos.

Durante estas manifestações cujo objectivo era protestar contra as decisões resultantes do Fórum de Diálogo Nacional, encontros boicotados pela oposição que terminaram no começo de Outubro e durante os quais foi estipulado o prolongamento por mais dois anos da transição política e também foi concedida a possibilidade de brigar a presidência ao actual líder do país, Mahamat Idriss Déby Itno, no poder há 18 meses com o apoio do exército.

Na reunião desta tarde em que estava presente o líder chadiiano entre os 11 chefes de Estado e representantes dos países membros da CEEAC, o actual Presidente da organização regional considerou que os acontecimentos do passado dia 20 de Outubro foram “uma derrapagem dramática”. Felix Tshisekedi lamentou também que o consenso esperado na sequência do "diálogo nacional e inclusivo" que era suposto "preparar o terreno" para eleições democráticas, "pareça ter voado em estilhaços".

Ao considerar que “agora se trata de colocar a transição de volta nos trilhos”, o Presidente congolês e doravante igualmente ‘mediador’ da crise chadiana garantiu que "não vai poupar esforços para cumprir" a sua missão e trabalhar "em prol da paz" na região.

Na sua declaração final, os participantes da cimeira também "lançaram ao governo e ao povo do Chade um apelo pela paz" e "condenaram veementemente o recurso à violência para fins políticos". Por outro lado, a cimeira "exortou os parceiros bilaterais e multilaterais do Chade, particularmente as Nações Unidas e a União Africana, a manter e fortalecer o seu apoio diplomático, financeiro, material e técnico necessário para o processo de transição".

Na sequência das manifestações da passada quinta-feira, o governo chadiano deu conta de 50 mortos e cerca de 300 feridos e acusou a oposição de ter fomentado "uma insurreição" e "um golpe de estado", o Presidente chadiano tendo referido ontem que potências estrangeiras estariam igualmente envolvidas nesta alegada tentativa de desestabilização.

Esta não é contudo a versão dos acontecimentos enunciada por ONGs e fontes médicas que falaram em dezenas de "manifestantes pacíficos" mortos a tiro em N'Djamena e em quatro cidades do sul do país. Ontem, ao acusar o poder chadiano de “graves violações dos Direitos Humanos” a Organização Mundial contra a Tortura falou inclusivamente em "pelo menos 80 mortos" durante a repressão das manifestações da passada quinta-feira.

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