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Mali

Mali : Minusma denuncia a falta de meios e obstáculos da junta militar

De acordo com fontes médicas de Bandiagara, no centro do Mali, 3 crianças morreram depois da explosão de um engenho, fazendo ascender a cerca de 20 mortos, o número de vítimas destas armas habitualmente usadas por jihadistas no espaço de uma semana naquela zona. Um fenómeno perante o qual ontem em reunião do Conselho de Segurança da ONU, a Minusma deu conta de "uma situação muito difícil, em termos humanitários, bem como em termos de segurança e de direitos do Homem".

Militares da Minusma em Tombuctu no passado dia 8 de Dezembro de 2021 (imagem de ilustração)
Militares da Minusma em Tombuctu no passado dia 8 de Dezembro de 2021 (imagem de ilustração) © FLORENT VERGNES/AFP
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Enquanto no terreno, a insegurança continua a prevalecer nomeadamente no centro do Mali, onde ontem se deu a terceira explosão no espaço de uma semana, sem contar a morte de um quarto capacete azul provocada pela explosão de um engenho em Tessalit, no norte do país, na passada segunda-feira, a Missão da ONU no Mali deu ontem conta de diversas dificuldades perante os membros do Conselho de Segurança da ONU.

No relatório que apresentou nesta terça-feira, a Minusma evocou a "urgência de compensar as capacidades que lhe faltam", nomeadamente meios aéreos, bem como a necessidade de "encarar um aumento dos seus efectivos militares". Com 12 mil soldados mobilizados no Mali, esta que é uma das mais importantes missões militares da ONU tem sido também das mais mortíferas, com 181 baixas em ataques desde a sua criação em 2013.

Na sua apresentação, Ghassim Wane, chefe da Minusma, também denunciou "as restrições de movimento e de acesso" impostas pelas autoridades malianas. Algo logo desmentido pelo chefe da diplomacia maliana, Abdoulaye Diop, que por sua vez acusou a ONU de nada ter feito relativamente às suas recentes acusações contra a França que na sua óptica teria violado o espaço aéreo do Mali e fornecido armas aos jihadistas.

Ao reiterar estas denúncias, logo negadas pelo embaixador francês na ONU, o ministro maliano dos Negócios Estrangeiros reclamou uma reunião específica sobre esta matéria e garantiu que iria fornecer provas concretas do que avança. Abdoulaye Diop assegurou ainda que "o governo maliano se reserva o direito de se defender no caso de a França continuar a atacar a soberania, a integridade territorial e a segurança nacional do Mali".

Recorde-se que desde os golpes militares de 2020 e de 2021, as relações entre Paris e Bamaco têm vindo a azedar. Perante a crescente hostilidade da junta militar relativamente à presença no Mali dos militares franceses desde 2013 no âmbito da luta contra o jihadismo, Paris acabou por retirar a totalidade das suas tropas este ano. Acusada pela França e os Estados Unidos de recorrer aos serviços de milicianos do grupo russo Wagner, os militares no poder no Mali têm por sua vez denunciado incursões francesas no espaço aéreo do Mali e um suposto apoio aos terroristas.

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