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Níger

Manifestação contra a força militar francesa Barkhane no Níger

Várias centenas de pessoas manifestaram pacificamente neste domingo nas ruas de Niamey, a capital do Níger, para protestar contra o aumento do custo de vida e também para expressar a sua oposição à presença no país da força antijihadista francesa Barkhane.

De acordo com jornalistas presentes no local, para além de alguns manifestantes exibirem cartazes hostis à França, também se ouviram slogans como "Fora Barkhane" e "Abaixo a França".
De acordo com jornalistas presentes no local, para além de alguns manifestantes exibirem cartazes hostis à França, também se ouviram slogans como "Fora Barkhane" e "Abaixo a França". AFP - BOUREIMA HAMA
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De acordo com jornalistas presentes no local, para além de alguns manifestantes exibirem cartazes hostis à França, também se ouviram slogans como"Fora Barkhane", "Abaixo a França" e "Viva Putin e a Rússia", os participantes da marcha tendo acabado por se concentrar junto do edifício da Assembleia Nacional.

Cerca de 3 mil militares franceses permanecem no Sahel - e em particular no Níger, um dos principais aliados de Paris – após a conclusão no mês passado da sua retirada total do Mali, no quadro de uma redefinição da sua missão e da sua presença na região.

A retirada da força Barkhane do Mali foi efectuada igualmente no âmbito de uma forte degradação das relações entre Paris e a Junta Militar no poder naquele país desde 2020 que tanto a França como os Estados Unidos acusam de recorrer ao apoio do grupo paramilitar russo Wagner, próximo de Vladimir Putin.

No passado mês de Abril, os deputados do Níger votaram maioritariamente a favor de um texto autorizando a presença de militares estrangeiros e nomeadamente franceses para ajudar o país a combater o terrorismo.

Esta presença de militares da antiga potência colonial, contudo, está longe de fazer a unanimidade. Para além de Seydou Abdoulaye, coordenador do movimento, M62, que organizou a manifestação de ontem, considerar que a força Barkhane está "a alienar a soberania do Níger e está a desestabilizar o Sahel", tem-se disseminado a ideia de que os militares franceses estariam a apoiar os grupos jihadistas activos na região.

Esta foi a acusação proferida no mês passado pela junta militar maliana, declarações que Paris qualificou de "insultantes". Esta foi também a ideia subjacente às manifestações antifrancesas ocorridas nos últimos meses no Sahel, nomeadamente no final de Novembro do ano passado, quando uma coluna militar francesa foi bloqueada e apedrejada no Burkina Faso e em seguida no Níger.

Refira-se que o Níger é um dos países da região onde as forças francesas têm estado presentes há praticamente uma década, a partir de 2013 no âmbito da operação Serval e a partir do ano seguinte no quadro da operação Barkhane, com o intuito de combater o jihadismo que grassa no Mali, bem como na Nigéria, no Níger e também no Burkina Faso que se debate com ataques terroristas desde 2015.

Inicialmente composta por mais de 4 mil homens, esta missão militar que juntava os seus esforços aos da Minusma, força da ONU, a operação Barkhane reduziu a sua presença a cerca de 3 mil homens actualmente repartidos designadamente entre o Níger e o Chade.

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