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Mali

Suspensão permanente das emissões da RFI e da France 24 no Mali

A Alta Autoridade de Comunicação (HAC), em Bamaco, anunciou na noite de ontem, 27 de Abril, a suspensão permanente das emissões da RFI e da France 24 em território maliano, isto numa altura em que tem estado já a vigorar uma primeira suspensão das suas antenas desde o dia 17 de Março.

Sede do grupo France Médias Monde (RFI, France 24, MCD) nas imediações de Paris.
Sede do grupo France Médias Monde (RFI, France 24, MCD) nas imediações de Paris. Anthony Ravera
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Segundo a HAC, várias emissões recentes violaram a ética e a deontologia do jornalismo. A RFI e a France 24 são acusadas de cobertura tendenciosa das notícias malianas. No seu comunicado de imprensa, a Alta Autoridade para a Comunicação considera que "os programas incriminados dedicados ao Mali revelam o desrespeito pela France Médias Monde dos princípios que ela própria defende na Carta de Ética dos seus jornalistas”, a HAC recordando que de acordo com este regulamento deontológico “o jornalista tem como pilares de acção o pensamento crítico, a veracidade, a exactidão, a integridade, a equidade e a imparcialidade jornalística e deve abster-se de qualquer mentira, aproximação, preconceito ou manipulação."

Ainda segundo a Alta Autoridade de Comunicação do Mali, estes dois órgãos de comunicação social dão conta de supostos indícios para estabelecer uma suposta presença de elementos do grupo Wagner ao lado de soldados malianos.

Em resposta a esta medida da Alta Autoridade de Comunicação, o Ministério Francês dos Negócios Estrangeiros apelou o poder maliano a "reconsiderar esta decisão".

Por seu lado, a France Médias Monde (FMM), grupo que tutela a RFI e a France 24 contestou veementemente uma “decisão infundada e arbitrária”.

Em comunicado, a FMM indicou também “ter lançado uma acção em justiça por difamação na França e no Mali" depois que o poder maliano ter comparado as supostas acções da RFI e da France 24 com as práticas da rádio ‘Milles Collines’ durante o 1994 Genocídio dos Tutsis no Ruanda.

Neste comunicado, a FMM garantiu ainda que vai prosseguir com a sua missão de informar e que vai que continuar a cobrir a actualidade do Mali, uma actualidade que interessa a "África inteira bem como o resto do mundo", a direcção do grupo sublinhando ainda “a independência e o profissionalismo dos seus jornalistas”.

Em reacção a esta decisão, em comunicado, a Sociedade de Jornalistas da RFI (SDJ) também condenou hoje a suspensão permanente da antena da rádio bem como das emissões da France 24 no Mali. “Ao contrário do que a Alta Autoridade para a Comunicação alega para justificar este corte, a SDJ recorda a seriedade e o profissionalismo dos jornalistas da RFI, seja sobre o Mali ou qualquer outra notícia coberta na antena da rádio”, sublinhou a SDJ.

Entretanto, também esta quinta-feira, a ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF) anunciou que vai ajudar a RFI e a France 24 a permanecerem acessíveis no Mali através da internet. "Excluídas das ondas de rádio e pacotes de satélite por decisão da junta" no poder em Bamaco, "Radio France Internationale (RFI) e France 24, estão novamente acessíveis online no Mali", anunciou em comunicado a organização de defesa da liberdade de imprensa referindo ter tomado medidas para que estes órgãos consigam tecnicamente "escapar à censura"

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