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Mali

Mali: Rússia veta na ONU inquérito independente ao ataque de Moura

A Rússia bloqueou um pedido do Conselho de Segurança das Nações Unidas para proceder a um “inquérito independente” sobre o suposto massacre de Moura, no Mali. A Rússia e a China “não vêem a necessidade” da investigação, que julgam “prematura” uma vez que decorre no terreno um inquérito aberto pelas autoridades malianas.

A Rússia bloqueou um pedido para proceder a um “inquérito independente” sobre o suposto massacre de Moura, no Mali.
A Rússia bloqueou um pedido para proceder a um “inquérito independente” sobre o suposto massacre de Moura, no Mali. © Michele Cattani /AFP
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A Rússia bloqueou um pedido do Conselho de Segurança das Nações Unidas para proceder a um “inquérito independente” sobre o suposto massacre de Moura, no Mali. O pedido, feito pela França, tinha sido submetido ao Conselho de Segurança na sexta-feira, mas de acordo com vários diplomatas, Moscovo opôs-se e foi apoiado por Pequim.

A declaração proposta ao Conselho de Segurança sublinhava a “profunda preocupação” dos seus membros “face às alegações de violações e atentados aos direitos humanos no Mali, em particular os que teriam sido perpetrados contra os civis em Moura, na região de Mopti, de 27 a 31 de Março de 2022” e reclamava “inquéritos fundamentados e independentes para a reconstituição dos factos, encontrar os responsáveis e os traduzir na justiça”.

A Rússia e a China “não vêem a necessidade” deste texto, que julgam ser “prematuro” uma vez que decorre no terreno um inquérito aberto pelas autoridades malianas para averiguar os factos do suposto massacre de fim de Março que terá tirado a vida a centenas de civis. 

Na sexta-feira, em comunicado, o Ministério russo dos Negócios Estrangeiros felicitou Bamaco por uma “vitória importante” contra o “terrorismo” e qualificou de “desinformação” as alegações de um massacre de civis pelas forças malianas, assim como as informações que implicavam os mercenários russos da empresa privada Wagner na operação. 

O projecto de texto, citado pela AFP, apelava “todas as partes no Mali a terminarem imediatamente com estas violações e abusos e a se resignarem às suas obrigações à luz do direito internacional aplicável”.

Também na sexta-feira, o ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Jean-Yves Le Drian, tinha questionado a versão maliana dos acontecimentos e pedido um “inquérito das Nações Unidos”.

Já a Human Rights Watch tinha vindo a público denunciar que as forças armadas do Mali, juntamente com soldados estrangeiros, teriam executado de forma sumária cerca de 300 homens, no final do mês de Março.

O exército maliano, por seu lado, afirma ter “neutralizado” 203 combatentes de grupos armados. Abatidos durante uma operação no centro do Mali, numa zona do Sahel. A operação decorreu de 23 a 31 de Março.

Há mais de uma semana que a ONU reclama acesso ao local para investigar o suposto massacre, mas as autoridades de transição bloquei a missão de investigação da Minusma. 

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