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União Africana anuncia "suspensão imediata" do Mali

A União Africana anunciou, na terça-feira à noite, a decisão de suspender "imediatamente" o Mali "de participar em todas as suas actividades", depois do segundo golpe militar no país em nove meses. A organização pede condições para uma "transição democrática sem entraves, transparente e rápida", senão “não hesitará em impor sanções específicas e outras medidas punitivas”.

Novo Presidente de transição do Mali, coronel Assimi Goïta. 31 de Maio de 2021.
Novo Presidente de transição do Mali, coronel Assimi Goïta. 31 de Maio de 2021. AFP - MICHELE CATTANI
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A União Africana (UA) decidiu suspender o Mali “de participar em todas as suas actividades”, “até que a ordem constitucional normal seja restabelecida no país". Em causa, o golpe militar do final de Maio, o segundo em nove meses.

A UA "decide suspender imediatamente a República do Mali de participar em todas as actividades da União Africana, órgãos e instituições, até que a ordem constitucional normal seja restabelecida no país", declarou, em comunicado, o Conselho de Paz e Segurança da organização.

A União Africana pediu aos militares malianos para que "regressem de urgência e incondicionalmente aos quartéis e que se abstenham de qualquer interferência futura no processo político no Mali".

Por outro lado, a organização pediu condições para o regresso a uma "transição democrática sem entraves, transparente e rápida", caso contrário “não hesitará em impor sanções específicas e outras medidas punitivas” contra os que impedem a transição.

A UA exige, ainda, que nenhum dos actuais líderes se candidate às próximas eleições e quer o levantamento das "restrições" a todos os actores políticos, nomeadamente o Presidente e o primeiro-ministro de transição depostos, Bah Ndaw e Moctar Ouane, que estão em prisão domiciliária.

A suspensão do Mali por parte da União Africana surge dias depois de a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) ter tomado a mesma decisão.

 

Dois golpes de Estado em nove meses

O Mali teve dois golpes de Estado em nove meses. O primeiro foi a 18 de Agosto de 2020, quando o Presidente Ibrahim Boubacar Keita, que era acusado de corrupção e alvo de protestos há meses, foi derrubado por um golpe militar. Na altura, a União Africana suspendeu o país, mas levantou a decisão no início de Outubro, depois de a junta militar se ter comprometido a uma transição para um Governo civil no prazo de 18 meses.

A 15 de Abril de 2021, as autoridades de transição fixaram as datas de Fevereiro e Março de 2022 para a realização de eleições presidenciais e legislativas, mas, em Maio, os militares, insatisfeitos com uma recomposição do Governo decidida na sequência de protestos crescentes, detiveram o Presidente, Bah Ndaw, e o primeiro-ministro, Moctar Ouane. O coronel Assimi Goïta foi, então, declarado chefe de Estado e Presidente de transição e os militares disseram que as eleições vão decorrer em 2022.

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