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França/Relações Internacionais

França retirará tropas do Mali se o país enveredar por islamismo radical

O Presidente francês, Emmanuel Macron, declara numa entrevista concedida ao semanário  "Journal du Dimanche", que a França retirará as suas tropas do Mali, se o país africano se orientar politicamentre para um islamismo radical. A França apoia as autoridades malianas na luta contra o jihadismo por intermédio da operação Barkhane, com mais de cinco mil militares.   

Os cinco presidentes dos países sahelianos estão todos fisicamente presentes na capital chadiana. Convidado para esta reunião, o presidente francês participará dos trabalhos por videoconferência.
Os cinco presidentes dos países sahelianos estão todos fisicamente presentes na capital chadiana. Convidado para esta reunião, o presidente francês participará dos trabalhos por videoconferência. AP - Christophe Petit Tesson
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Com cerca de 5.100 militares envolvidos na operação Barkhane, a França apoia o Mali confrontado desde 2012  com uma rebelião jihadista no norte,  que mergulhou o país numa crise de segurança e que agora se alarga ao centro do Estado africano.

O governo francês, bem como a União Europeia denunciaram no dia 25 de Maio de 2021  "o golpe de Estado inaceitável", depois da detenção do Presidente Bah Ndaw e do Primeiro-ministro, Moctar Ouane, decidida pelo homem forte do país, o coronel Assimi Goïta.

Na sua entrevista ao semanário "Journal du Dimanche" (JDD), o Presidente Emmanual Macron realçou que tinha dito ao seu homólogo maliano, Bah Ndaw, agora destituído, que se o Mali enveredasse pelo islamismo radical, a França  retiraria as suas tropas da operação Barkhane.

O chefe de Estado francês sublinhou que existe actualmente no Mali a tentação por um islamismo radical  e que perante tais circunstâncias, a França repatriará os seus militares.

Emmanuel  Macron afirma também ter transmitido a mensagem aos dirigentes da África ocidental, segundo a qual, a França não continuará a apoiar um país em que a legitimidade democrática e a transição deixaram de existir.

Os chefes de Estado e de Governo oeste-africanos reuniram-se domingo, 30 de Maio de 2021, em Acra numa cimeira extraordinária, para debater exclusivamente a situação no Mali.

 A  CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental) convidou o coronel Assimi Goïta a  deslocar-se ao Gana para consultas.

Nas suas declarações ao JDD, o  Presidente francês, destacou  igualmente que a França decidiu apoiar um Estado soberano, o Mali, para que este último não seja desestabilizado ou invadido por grupos  de rebeldes armados, mas como apoiante ela pede que a transição e a inclusividade políticas sejam respeitadas no Mali.

Emmanuel Macron sublinhou que na  cimeira do G5 Sahel, em Janeiro de 2020  em Pau, no sudoeste da França, ele tinha preparado um "caminho de saída " do Mali, mas que a pedido dos chefes de Estado africanos decidiu manter a operação Barkhane. 

Todavia, segundo o Presidente francês, o seu país não pode manter eternamente as suas tropas no Mali. Uma questão que agora se coloca com mais acuidade, depois dos golpes de força dos militares malianos a 18 de Agosto de 2020 e a 25 de Maio de 2021.         

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