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Costa do Marfim

Costa do Marfim: Alassane Ouattara candidato a um 3° e último mandato

A três dias das eleições presidenciais na Costa do Marfim, o actual Presidente, Alassane Ouattara, tenta vencer a votação pela terceira vez consecutiva.

Alassane Ouattara, Presidente da Costa do Marfim.
Alassane Ouattara, Presidente da Costa do Marfim. © RFI/France24
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Desde 2010 que Alassane Ouattara é o Presidente da Costa do Marfim e deveria ter sido o seu último mandato, visto que a Constituição martinense limita a dois o número de mandatos.

O próprio Presidente tinha afirmado que não se iria candidatar, no entanto a morte súbita do seu candidato favorito, o primeiro-ministro Amadou Gon Coulibaly, vítima de um ataque cardíaco a 8 de Julho durante o Conselho dos Ministros, veio a precipitar as coisas.

Com este acontecimento o Presidente voltou atrás e decidiu apresentar uma terceira candidatura.

3° mandato ou 1° para Alassane Ouattara?

Segundo a Constituição, o limite de mandatos é de dois consecutivos, no entanto essa mesma Constituição foi modificada em 2016 e para o RHDP - a Força de uma Costa do Marfim Reunida - isso significa o regresso à escala zero. Aliás o Partido do Presidente pede que se diga «primeiro mandato da terceira República».

De notar que o Conselho Constitucional, a 14 de Setembro, validou 4 das 44 candidaturas, sendo a do Presidente Alassane Ouattara uma das válidas.

Uma candidatura que provoca polémica na população e manifestações no país, algumas vezes violentas, já fizeram 15 mortos.

Em entrevista à RFI, Alassane Ouattara justificou a sua candidatura e afirmou que «é o amor da pátria que me levou a ser candidato. Comigo a derrota (ndr: dos adversários) é certa. É por isso que eles não se candidataram».

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Alassane Ouattara, presidente marfinense cessante

"Ninguém pode dizer que sou um megalómano. O que me interessa é a minha consciência, o amor que tenho pelo meu país. E considero que esta decisão é boa. 

Se tivesse sido Amadou Gon Coulibaly, que não tenham ilusões pois ele os teria vencido. Mas como sou eu, para eles a derrota é certa. 

Por conseguinte, talvez, seja a razão, pela qual não querem participar nas eleições. Não estamos em transição na Costa do Marifm.

Eu fui democraticamente eleito. Porque é que se quer uma transição? Estas eleições terão lugar conforme os ditames da Constituição a 31 de outubro, que é um sábado, o último sábado do mês de outubro." 

De notar que na entrevista outros assuntos foram abordados como um possível regresso ao país de Laurent Gbagbo, Presidente da Costa do Marfim de 2000 a 2010. Para Alassane Ouattara, o seu regresso não é um problema: «O Passaporte dele está a ser-lhe emitido. Ele já fez nove anos de prisão e acho que é o momento dele regressar à Costa do Marfim».

Na entrevista à RFI e à France24, o actual Presidente já fez uma antevisão da próxima eleição que vai decorrer em 2025, admitindo que não se vai candidatar e desejando impor uma idade limite para entrar na corrida às Presidenciais, por volta dos 70 ou 75 anos, o que eliminaria o próprio Alassane Ouattara mas também Laurent Gbagbo e Henri Konan Bédié, este último sendo candidato já em 2020: «Este ano estou a fazer um sacrifício. (ndr: 2025?) Será muito complicado para mim, até impossível, espero que isso possa ser resolvido pela Constituição», concluiu.

Recorde-se que a 31 de Outubro, quatro candidatos se vão defrontar nas urnas: Alassane Ouattara (RHDP), Henri Konan Bédié (PDCI - Partido Democrático da Costa do Marfim), Pascal Affi N'Guessan (FPI - Frente Popular Marfinense) e Kouadio Konan Bertin (Independente).

De notar que há um acordo entre Henri Konan Bédié e Pascal Affi N'Guessan para uma aliança na segunda volta, se esta se revelar necessária.

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