Costa do Marfim: Oposição unida contra candidatura de Ouattara
A faltarem três semanas das eleições presidenciais, os líderes da oposição costa-marfinenses mobilizaram este domingo, 11 de Outubro, em Abidjan. 30.000 pessoas rejeitam a terceira candidatura presidencial de Alassane Ouattara, nas eleições de 30 deste mês.
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A manifestação juntou o antigo Presidente Henri Konan Bédié, 86 anos, e candidato do Partido Democrático da Costa do Marfim (PDCI), representantes de Laurent Gbagbo, e do antigo Primeiro-Ministro, Guillaume Soro.
Jutnaram-se ainda o antigo presidente da Assembleia Nacional, Mamadou Koulibaly, os antigos ministros do Governo de Alassane Ouattara, nomeadamente Abdallah Albert Mabri Toikeusse e Marcel Amon Tanoh, que viram as suas candidaturas rejeitadas pelo Conselho Constitucional.
O secretário-geral da ala da Frente Popular Ivoiriense (FPI- Gbabo ou nada –GOR, Assou Adou), o reformista e antigo primeiro-ministro da outra ala da FPI, Pascal Affi N'Guessan , candidato presidencial aceite, estiveram ainda presentes neste movimento de protesto à recandidatura de Alassane Ouattara.
A manifestação foi convocada para exigir à ONU responsabilização pelo processo eleitoral na Costa do Marfim, apelando à criação de um órgão independente e credível.
Nos últimos dias, a oposição tem lançado apelos à desobediência civil, à formação de um governo de transição política.
Os observadores da política do país temem que a Costa do Marfim volte a mergulhar numa violência eleitoral, 10 anos depois da crise de 2010-2011, que tirou a vida 3.000 pessoas, depois do Presidente Laurent Gbagbo ter recusado reconhecer a derrota frente a Alassane Ouattara.
Em Agosto, 15 pessoas morreram nas violências provocadas depois do anúncio da candidatura do Presidente Ouattara, que sucedeu ao falecimento do candidato preferido, e antigo primeiro-ministro, Amadou Gon Kulibally.
Eleito em 2010, e reeleito em 2015, Ouattara, 78 anos, anunciou em Março que não seria candidato presidencial, antes de mudar de opinião.
A Constituição da Costa do Marfim prevê no máximo dois mandatos, mas o Conselho Constitucional considerou que a nova Constituição de 2016 não integra os dois mandatos de Ouattara. Situação contestada pela oposição.
O Conselho Constitucional validou quatro das 44 candidaturas presidenciais apresentadas, nomeadamente Alassane Ouattara, Conan Bédié, Affi N"Guessan e Kouadio Konan Bertin, Laurent Gbagbo e Guillaume Soro.
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