Presidente do Benim quer reforma das reservas de câmbio do franco CFA
O ministro francês da Economia Bruno le Maire, declarou hoje em Bruxelas que a França não pretende impor o que quer que seja para reformar o franco CFA. O governante francês reagia às declarações do Presidente do Benim, Patrice Talon, que em entrevista à RFI anunciou uma importante mudança no funcionamento da moeda africana.
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Bruno le Maire, ministro francês da Economia, indicou hoje em Bruxelas que a França não pretende "impor o que quer que seja" para reformar o franco CFA.
"Não compete à França fazer propostas que são da alçada dos Estados membros da zona franca", sublinhou o ministro francês reagindo a declarações do Presidente do Benim, Patrice Talon.
Ontem, em entrevista à RFI e France 24, o chefe de Estado do Benim, anunciou a retirada das reservas de câmbio do franco CFA que se encontram em França.
Segundo o presidente beninês, o Banco central dos países da África da UEMOA, União económica monetária oeste africana passará a gerir a totalidade dessas reservas de divisas para as repartir entre os diversos Bancos centrais no mundo.
Patrice Talon, Presidente do Benim, sobre reforma cambial do franco CFA
"Esta reforma que quer que não haja contas de operações e que o Banco central dos Estados da África do oeste da UMOA, deixem de guardar uma parte dessas reservas de câmbio junto do Tesouro francês, é uma reforma desejada por todos, inclusivé, pelo actual governo francês e pelo Presidente Macron. Estamos unanimemente todos de acordo sobre este assunto para pôr termo a este modelo, que, na verdade, tecnicamente, não era um problema.
Este estado de coisas tornou-se um problema para o CFA, mas na verdade não é um problema técnico e para mim tudo ficará claro rapidamente, logo, o Banco central dos países da UMOA, vai gerir a totalidade dessas reservas de divisas e vai reparti-las pelos diversos Bancos centrais parceiros em todo o mundo. Já está acordado e é vontade de todos e aliás a França vai também retirar-se das estruturas de governação da moeda quanto à sua cessão."
Não foi avançada qualquer data para esta reforma mas se vier a concretizar-se será todo o funcionamento do franco CFA a ser reformado.
De notar que por ora os Estados africanos devem depositar 50% das suas reservas em França, obtendo em contrapartida uma convertibilidade ilimitada com o euro que lhes dá uma certa credibilidade internacional.
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