Ossufo Momade acusado de tribalismo
Um grupo de guerrilheiros, supostamente da Renamo, contesta a liderança de Ossufo Momade. João Machava, porta-voz do grupo, acusa o presidente da Renamo de ser tribalista, de estar a destruir o partido e pede a sua demissão.
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Um grupo de guerrilheiros, supostamente da Renamo, estacionado na base regional sul, localizado na província de Inhambane, contesta a liderança do líder da Renamo. O porta-voz deste grupo, João Machava, afirma que não estão a gostar da forma como Ossufo Momade está a conduzir a liderança do partido e pede a sua demissão.
“Não estamos a gostar dos trabalhos do presidente, então queremos que Ossufo Momade se demita do partido”, explicou.
João Machava, que se apresentou à imprensa como tenente coronel da Renamo, acusa Ossufo Momade de ser tribalista e de estar a implementar reformas que estão a destruir o partido.
“Destruiu a ala política ao tirar os delegados provinciais, delegados distritais e já entrou nos militares. Tirou todos os comandos, aqueles oficiais que trabalharam com o presidente Afonso Dhlakama, tirou tudo e espalhou-os por outras bases. Tentei falar com ele várias vezes, marcando audiências, só que a audiência não foi permitida. Ele é tribalista, é regionalista, é arrogante e ignorante”, referiu.
O grupo de comandos ameaça ainda não entregar as armas para a conclusão do processo de desmobilização, desmilitarização e reintegração com Ossufo Momade na liderança da Renamo.
No mês passado, o major-general da Renamo Mariano Nhungue, também exigiu a demissão de Ossufo Momade, acusando-o de estar a destruir o partido e ameaçando-o de morte. Os revoltosos disseram ainda que os "comandos" da Renamo vão escolher um novo líder no dia 10 ou 15 de Julho e que, no âmbito das negociações com o Governo moçambicano, nenhum guerrilheiro do partido vai aceitar o desarmamento e desmobilização enquanto Ossufo Momade se mantiver no cargo.
O presidente da Renamo reagiu às declarações afirmando que há "forças diabólicas" que estão a tentar manchar o "bom nome" do partido, considerando que os guerrilheiros que exigiram recentemente a sua demissão estão a ser instrumentalizados.
Correspondência de Orfeu Lisboa
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