Angola: Sindicatos iniciam segunda fase da greve geral

As centrais sindicais angolanas iniciaram nesta segunda-feira, 22 de Abril, a segunda fase da greve geral da função pública, prevista por um período de oito dias, face à indiferença e ausência de propostas concretas nas negociações com o Governo.

Greve geral é inédita em Angola e terá lugar em 3 fases entre Março e Junho de 2024. © rfi/Francisco Paulo

Os trabalhadores angolanos cumprem hoje o primeiro dia da segunda fase da greve geral, convocada pela Central Geral de Sindicatos Independentes e Livres de Angola (CGSILA), a União Nacional dos Trabalhadores Angolanos - Confederação Sindical (UNTA-CS) e a Força Sindical - Central Sindical (FS-CS) e que deve decorrer até ao dia 30 deste mês.

As centrais sindicais afirmam que vão manter a paralisação até que as reivindicações sejam atendidas. No caderno reivindicativo, os sindicatos exigem um aumento salarial da função pública no valor equivalente a cem dólares, a redução do Imposto de Rendimento de Trabalho e o reajustamento do subsídio de isolamento, para os funcionários que trabalham no interior do país.

As centrais sindicais exigem igualmente, um aumento do salário mínimo no valor de cem dólares. Apesar de sete rondas negociais, os sindicalistas e o Governo não chegaram a acordo. O executivo angolano alega a falta de sustentabilidade financeira para atender as reivindicações laborais dos trabalhadores.

Apesar de terem reduzido o valor depois de negociações, inicialmente os sindicatos exigiam aumentos de 250%, o Presidente João Lourenço recusa-se a conceder um actualização dos salários para os cem dólares, tal como é exigido pelos sindicatos.

Na semana passada, o chefe de Estado João Lourenço anunciou o aumento de 30 mil kwanzas, cerca de 33 euros, para os salários da administração pública. Um anuncio que as centrais sindicais receberam "com perplexidade" e decidiram avançar com a segunda fase da greve por um período de oito dias.