Greve de 10 dias nos órgãos de comunicação estatais guineenses
Desde Terça-feira, os funcionários dos órgãos de comunicação social públicos guineenses, Radiodifusão Nacional (RDN), Agência Noticiosa da Guiné (ANG) e jornal estatal "Nô Pintcha", estão a observar uma greve de 10 dias no intuito de reclamar designadamente o cumprimento do acordo assinado com o Governo em Agosto de 2018.
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Para além do cumprimento desse memorando, os funcionários desses três órgãos exigem igualmente o pagamento dos valores descontados na altura da sua anterior greve no passado mês de Agosto, o pagamento de 4 meses de subsídios em atraso ou ainda a devolução dos 40% de subsídios que lhes foram retirados no âmbito dos ajustes salariais operados na Função Pública, entre outros pontos.
Segundo a intersindical, se no prazo de uma semana, o governo não responder pela positiva às reivindicações dos grevistas, este bloqueio que dura até ao próximo dia 8 de Fevereiro poderá prolongar-se sob a forma de boicote à cobertura jornalística da integralidade do processo eleitoral de Março e a convocação de uma greve geral de todos os órgãos de comunicação social públicos e privados.
Apesar dos funcionários da televisão pública terem reivindicações salariais semelhantes por estarem abrangidos no memorando de entendimento de Agosto de 2018, estes últimos não aderiram a este movimento. A ameaça de boicote à campanha para as legislativas de 10 de Março é todavia também uma realidade na televisão pública de onde chegam denúncias de censura.
Ao reivindicar um grau de adesão à greve de 100%, Bacar Tcherno Dolé, porta-voz da comissão intersindical dos órgãos de comunicação social públicos da Guiné-Bissau, mostra-se optimista quanto ao desfecho das conversações com o governo.
Bacar Tcherno Dolé, porta-voz da comissão intersindical dos órgãos de comunicação social públicos da Guiné-Bissau
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