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Sudão

Violenta repressão de protestos contra PR sudanês

O Presidente sudanês Omar el Bechir, 74 anos, no poder desde 1989, está a enfrentar há uma semana um movimento de contestação inédito, depois de o executivo ter anunciado recentemente a sua decisão de triplicar o preço do pão, num país em pleno marasmo económico. De acordo com a Amnistia Internacional, a repressão dos protestos causou 37 mortos.

Omar el Bechir, Presidente do Sudão.
Omar el Bechir, Presidente do Sudão. REUTERS/Mohamed Nureldin Abdallah
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Em quase 3 décadas no poder, o Presidente sudanês nunca encontrou tão forte oposição. Desde o passado 19 de Dezembro, vários pontos do país têm sido palco de manifestações de protesto, a repressão policial dessas marchas tendo causado 37 mortos, segundo denunciou hoje a Amnistia Internacional ao exortar as autoridades a "pararem com o uso mortífero da força".

Hoje as ruas de Cartum, a capital, estão sob apertada vigilância, inclusivamente com soldados desdobrados sobre os telhados dos prédios junto das artérias onde devem decorrer novas manifestações, a comissão organizadora das marchas pretendendo hoje dirigir-se até ao palácio presidencial no intuito de entregar uma carta reclamando a "demissão do Presidente" e a "formação de um governo de transição".

Reagindo ontem pela primeira vez desde o início do movimento de protesto, o Presidente sudanês prometeu que "o Estado vai encaminhar verdadeiras reformas para garantir uma vida digna aos cidadãos" e apelou a população a não acreditar naquilo que dizem os organizadores das marchas.

Suspeito pelo Tribunal Penal Internacional de crimes contra a Humanidade, de crimes de guerra e genocídio no Darfur, no oeste do país, o Presidente do Sudão é considerado pelos especialistas da região como sendo um dirigente autoritário e imprevisível.

Para além do aspecto político, a economia sudanesa também tem estado em crise. Desde a independência em 2011 do Sudão do Sul, Cartum viu diminuir as suas reservas e receitas petrolíferas em três quartos. Este ano, o país tem atravessado crescentes dificuldades económicas, com uma inflação de cerca de 70% e uma descida substancial do valor da sua moeda face ao Dólar.

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