Camarões cisão entre anglófonos e francófonos?

Nos Camarões, as autoridades da região anglófona do sudoeste do país anunciaram a proíbiçao estrita de deslocação da população, a exemplo do que se passa na região do noroeste, onde um recolher obrigatório foi instaurado, a 3 dias da proclamação simbólica da sua independência pelos separatistas anglófonos.

Bamenda, capital regional anglófona do noroeste que com o sudoeste anglófono, querem independência simbólica a 1 de outubro AFP/Reinnier KAZE

Encerramento das fronteiras territoriais e marítimas, supensão dos transportes, proíbição de deslocações entre localidades do sudoeste e proíbição de reuniões de mais de 4 pessoas no espaço público, são algumas das medidas das autoridades dos Camarões.

Um recolher obrigatório já está em vigor na região anglófona do noroeste, como capital provincial, em Bamenda, desde as manifestações de 22 de setembro.

O noroeste e sudoeste, são duas regiões anglófonas das 10 que conta os Camarões, estiveram sem Internet, durante 3 meses, até ao mês de abril.

Os separatistas anglófonos, querem proclamar simbolicamente a sua independência, este domingo, 1 de outubro, dia da reunificação oficial das partes anglófona e francófona dos Camarões.

Foram vários milhares de camaroneses anglófonos favoráveis à partilha do país a manfiestar pacificamente hoje nas ruas das regiões anglófonas, com Yaoundé a considerá-los desde já "terroristas".

A região noroeste é epicentro da crise provocada nas ruas Bamenda, onde houve uma forte presença policial esta sexta-feira.

Os manifestantews exibiram cartazes e bandeira de independência simbólica já a 1 de outubro.

Houve igualmente manifestações no sudoeste anglófono. Os angolófonos constituem uma minoria da população, cerca de 20% dos 22 milhões de habitantes dos Camarões, e desde 2016 protestam contra a sua maginalizaçao na sociedade.

Enfim, o secretário-geral das Naçoes Unidas, o português, António Guterres declarou estar profundamente preocupado com a situação nos Camarões e exortou as autroridades a promover medidas de reconciliação nacional.

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João Matos sobre anglófonos dos Camarões que querem independência