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São Tomé e Príncipe

São Tomé e Príncipe: Carlos Vila Nova defende-se perante acusações de Delfim Neves

O chefe de Estado são-tomense, Carlos Vila Nova, veio a público alegando não ter medo da justiça. Este foi visado por declarações do ex-presidente do parlamento, Delfim Neves, ilibado da acusação de ter apoiado uma suposta tentativa de golpe de Estado a 25 de Novembro.

São Tomé e Príncipe: Carlos Vila Nova defende-se perante acusações de Delfim Neves.
São Tomé e Príncipe: Carlos Vila Nova defende-se perante acusações de Delfim Neves. © LUSA - NUNO VEIGA
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O antigo presidente do parlamento, Delfim Neves, apontou Carlos Vila Nova, Presidente são-tomense, como uma das pessoas que vai ser chamada à justiça sobre o caso 25 de Novembro de 2022.

O chefe de Estado são-tomense, em declarações à agência Lusa, afirmou não ter medo da justiça e alegou ainda não ter analisado o relatório da CEEAC, a comunidade regional, sobre os acontecimentos, apelando à contenção.

Apelar à contenção porque na praça pública não se condena ninguém, e grande parte do que se tem trazido à volta desta questão só tem denegrido a imagem de São Tomé e Príncipe. Eu represento o Estado e defenderei sempre o Estado. Apelo a contenção verbal. É preciso nós nos situarmos num ponto em que o assunto é da justiça. A justiça tem mecanismo próprio de fazer o seu trabalho. Deixemos e aguardemos com serenidade. Eu sempre fiz esse apelo e volto a fazer. Com contenção nós poderemos contribuir e todos quanto têm algo para contribuir para ajudar na resolução desse problema há mecanismos próprios para fazê-los e eu peço que os façam, mas que se contenham. Eu tinha dito que haveria uma análise ao nível do Estado e as reacções então através do Governo. Assim que eu puder estar com o senhor primeiro-ministro o que eu já depreendi partilharei, e faremos essa análise e no momento próprio nós diremos o que nos toca sobre esse relatório”, disse Carlos Vila Nova, antes de viajar para o Gabão onde participa na conferência “One Forest Summit” que reúne a comunidade científica, os chefes de Estado e de Governos de vários países para debater temas relacionados com as florestas.

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Carlos Vila Nova, chefe de Estado são-tomense 02-03-2023

Recorde-se que na madrugada de 25 de Novembro, foi perpetrado um ataque contra o quartel militar de São Tomé durante o qual foram torturados e mortos os alegados 4 atacantes, entre os quais, Arlécio Costa, um antigo combatente do batalhão “Búfalo” da África do Sul, apresentado como o cérebro do que foi qualificado pelo governo de "tentativa de golpe de Estado".

Para além do relatório elaborado pela Polícia Judiciária sobre estes acontecimentos, outra investigação foi feita desta vez por uma missão da CEEAC - Comunidade Económica do Estados da África Central -. O documento preliminar foi transmitido aos países-membros da comunidade, nomeadamente São Tomé e Príncipe, cujo governo informou no fim-de-semana que o ia "analisar ao nível do Estado".

Desde então tem havido reacções dos políticos são-tomenses. Jorge Bom Jesus, reagiu ao relatório da PJ são-tomense elaborado com a sua congénere portuguesa sobre os acontecimentos de 25 de Novembro. De acordo com este relatório, quando ainda era chefe do governo, Bom Jesus teria tido conhecimento da preparação de um golpe, mas desvalorizou a informação. Em declarações públicas, o interessado desmentiu essa asserção e anunciou que vai processar o Estado são-tomense bem como o actual chefe do governo, em defesa da sua honra, visto que Patrice Trovoada, Primeiro-ministro, o acusou de "alta traição" por não impedir o ataque, num vídeo posto a circular nas redes sociais, no passado fim-de-semana.

Sobre o ataque contra o quartel, o Ministério Público são-tomense acusou na quinta-feira passada 10 arguidos - nove militares e um civil - pela prática, em co-autoria e concurso efectivo, de um crime de alteração violenta do Estado de Direito, sete crimes de homicídio qualificado na forma tentada, um crime de ofensas corporais com dolo de perigo, um crime de sequestro agravado e um crime de detenção de arma proibida.

Palácio Presidencial de São Tomé e Príncipe.
Palácio Presidencial de São Tomé e Príncipe. © Maximino Carlos

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