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#São Tomé e Príncipe

São Tomé e Príncipe: Chefe d​as Forças Armadas pediu demissão

Em São Tomé e Príncipe, o Chefe do Estado-Maior-General d​as Forças Armadas, Olinto Paquete, demitiu-se do cargo na sequência da morte de quatro pessoas no quartel-general das Forças Armadas, no dia 25 de Novembro. O anúncio surge depois de novas imagens terem circulado nas redes sociais a mostrarem os alegados atacantes do quartel-general a serem agredidos mesmo estando deitados no chão e com as mãos amarradas atrás das costas. Olinto Paquete falou em "factos inexplicáveis, horrorosos".

Cidade de São Tomé. 22 de Setembro de 2022.
Cidade de São Tomé. 22 de Setembro de 2022. © RFI/Carina Branco
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Oiça aqui a declaração do Chefe do Estado-Maior-General d​as Forças Armadas, Olinto Paquete.

01:10

Brigadeiro Olinto Paquete, chefe de Estado demissionário maior general das forças armadas de São Tomé e Príncipe, 1/12/2022

"Acabei de entregar a sua excelência, o Presidente da República e comandante supremo, o meu pedido de demissão. Os factos inexplicáveis, horrorosos, comprometeram tudo de bom que foi feito. Parece-me que foi uma encomenda pois obedeceu a um plano criteriosamente estabelecido, culminando com a publicação de imagens ontem, pelas 18h, coisas que eu não sabia porque me informaram com dados falsos e proferi informações falsas à Nação pelo que peço desculpas. A minha educação e a minha formação não me permitem aceitar tal atrocidade e actos de traição que lesam a Pátria. Assim, venho pela presente apresentar o meu pedido de demissão das funções de Chefe do Estado-Maior-General d​as Forças Armadas", declarou o brigadeiro Olinto Paquete.

O pedido de demissão surge depois de novas imagens terem circulado, nas redes sociais, a mostrar um dos detidos no ataque ao quartel, deitado no chão e com as mãos amarradas atrás das costas, a ser agredido por um militar com um pau, enquanto outros militares assistem. Houve, também, imagens de detidos deitados ou ajoelhados no terreiro do quartel, com as mãos amarradas e com ferimentos.

Hoje, o Presidente da República, Carlos Vila Nova, convocou uma reunião com as altas patentes do exército, nomeadamente o chefe e o vice-chefe de Estado Maior das Forças Armadas, o inspector das Forças Armadas, o comandante do Exército, o comandante da Guarda Costeira, o chefe da Casa Militar do Presidente da República, assim como o primeiro-ministro e o ministro da Defesa e Ordem Interna, Jorge Amado.

Esta quinta-feira, o governo de São Tomé e Príncipe fez uma denúncia ao Ministério Público para que investigue a “violência e tratamento desumano” de militares contra detidos após o ataque ao quartel-general das Forças Armadas no dia 25 de Novembro.

Em comunicado, o Governo de Patrice Trovoada fala em “imagens de violência e tratamento desumano aos indivíduos implicados na tentativa do golpe de Estado e no assalto ao quartel-general das Forças Armadas ocorrido no passado dia 25 de Novembro”.“Face à gravidade dos actos e à impetuosa violação dos direitos humanos”, o executivo “orientou o Ministério da Justiça, Administração Pública e Direitos Humanos a instar com carácter de urgência a intervenção das autoridades judiciais para investigar as práticas dos actos cruéis, degradantes e desumanos perpetrados contra os indivíduos no quartel-general das Forças Armadas e cujas imagens chocaram e indignaram a sociedade", lê-se no documento.

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