Há mais de dez dias que a imagem de marca das ruas de Paris passou a ser o lixo. Com a greve do pessoal de recolha e tratamento de lixo, a maior parte das cidades francesas está a braços com caixotes, sacos e mais sacos de lixo amontoados nos passeios.
Em Paris, as milhares de toneladas de lixo por recolher já começaram a impedir a circulação automóvel em alguns pontos da cidade. O Governo Civil francês já pediu à autarquia parisiense o recurso à contratação privada para colmatar os efeitos da greve. Mas a presidente da câmara de Paris Anne Hidalgo diz-se solidária com os grevistas. Apenas procedeu a uma recolha cirúrgica de algum lixo, para não pôr em causa a circulação automóvel em alguns eixos da cidade.
A recolha do lixo em dez dos vinte bairros parisienses depende dos serviços da autarquia local. Além disso, pelo menos três incineradoras, nos arredores de Paris, estão fechadas.
A greve no sector da recolha e tratamento do lixo foi renovada até 20 de Março, os trabalhadores contestam a reforma nacional do sistema de pensões.
Lurdes Fernandes, porteira e adjunta do presidente da autarquia do 17° bairro de Paris, relata uma situação caótica e aponta o dedo à gestão da presidente da câmara de Paris.
A situação pode vir a transformar-se num perigo para a saúde pública, nomeadamente com a multiplicação de ratos à superfície e o perigo da leptospirose. Para o médico Paulo da Silva Moreira essa é a principal preocupação.
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