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"Invasão russa na Ucrânia abala relações económicas"

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As sanções do Ocidente impostas em resposta à invasão da Ucrânia pela Rússia fizeram com que os preços da energia aumentassem e a confiança dos consumidores diminuísse. A Rússia está a ser excluída dos mercados financeiros ocidentais e responder com a proibição das exportações de matérias-primas.

Soldados ucranianos e civis  fogem do conflito, na região de Vyshgorod, perto de Kyiv, na Ucrânia, 10 de Março de 2022.
Soldados ucranianos e civis fogem do conflito, na região de Vyshgorod, perto de Kyiv, na Ucrânia, 10 de Março de 2022. AP - Efrem Lukatsky
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Economistas alertam para o facto de a economia mundial sofrer com isso com as sanções económicas. A guerra na Ucrânia pode vir a melhorar as finanças de Angola, mas a inflação e custo de vida no país vai aumentar apontam analistas."Não é sustentável ter mais receitas devido à guerra noutro país", defende o economista angolano, Francisco Paulo.

O preço da energia e de outras matérias-primas, como o trigo e os metais, está a aumentar rapidamente. De acordo com os dados do centro de investigação económica da Universidade de Harvard, em 2019, Angola importou 30% de trigo e fermento da Rússia. Com os preços mais altos de petróleo e do trigo, os consumidores vão pagar mais pelos bens de primeira necessidade. A economia angolana não cresce há mais de cinco anos, aponta o economista.

"A economia angolana enfrenta desde 2015 uma recessão económica, o PIB tem vindo a diminuir, como resultado disto os preços em Angola tem problemas de inflação estrutural porque não consegue aumentar a produção interna, por falta de infra-estruturas", lembra o economista angolano.

"Angola é um país essencialmente importador, mais do que 70% do que o país consome é importado, o que significa que os produtos vão ser mais caros", explica Francisco Paulo.

"As transições económicas dependem da confiança. Basta haver um indício de desconfiança, as relações económicas deixam de ser as mesmas. Mesmo se a guerra terminar hoje, muito alguns países vão ter muita dificuldade em confiar nos Estados Unidos ou nas grandes potências porque não se pode usar a arma para ameaçar os outros", afirma o economista.

"Infelizmente, a economia é uma arma hoje, criamos relações com pessoas em quem confiamos, sabemos que nos ajudarão sempre, mas se alguém não nos trata bem, pensamos duas vezes antes de firmar novos contratos com essa pessoa", lembra.

"A Europa está a repensar a sua dependência energética, uma ideia que acontece desde 2016. Os países europeus querem apostar nas energias renováveis e este conflito pode fazer acelerar esta transição energética", conclui.

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