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Palavras de João Lourenço são "uma manobra política"

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O Presidente angolano, João Lourenço, pediu "desculpas em nome do Estado angolano pelo grande mal que foram as execuções" durante o massacre de 27 de Maio de 1977. O porta-voz da Fundação 27 de Maio interpreta as palavras como "uma manobra política", em véspera de eleições presidenciais.

João Lourenço pede desculpas por execuções sumárias do 27 de Maio.
João Lourenço pede desculpas por execuções sumárias do 27 de Maio. © Presidência da República - Angola
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O Presidente angolano, João Lourenço, pediu "desculpas em nome do Estado angolano pelo grande mal que foram as execuções" durante o massacre de 27 de Maio de 1977, que pode ter provocado cerca de 30 mil vítimas.

João Lourenço falou ao país numa comunicação transmitida pela Televisão Pública de Angola, ontem à noite, na véspera dos 44 anos sobre os massacres de milhares de angolanos de 27 de Maio de 1977. Este é um pedido de desculpas "histórico" do Presidente angolano. Pela primeira vez a data é assinalada com uma homenagem em memória das vítimas.

O Presidente João Lourenço reconheceu que a resposta do Estado ao que considerou tentativa de Golpe de Estado de 1977 foi desproporcional e vitimou inocentes.  

"Na sequência do golpe, 100 mil pessoas morreram, algumas continuam desaparecidas", lembra o porta-voz da Fundação 27 de Maio.

Lucas Pedro descreve o pedido de desculpas de João Lourenço como "uma manobra política". O porta-voz da Fundação 27M recorda que "em Janeiro de 2018, meses depois do Presidente da República ter tomado posse, João Lourenço convidou a imprensa pela primeira vez ao Palácio Presidencial, onde estive presente, para uma conferência de imprensa. Um dos jornalistas perguntou o que esperar do 27 de Maio de 2018. João Lourenço respondeu taxativamente nada por ser um dia normal como outro qualquer".

"Três anos depois, a pessoa que disse que o 27 de Maio era um dia qualquer, aparece na televisão a reconhecer a barbaridade ou o massacre Esta é uma manobra política, claro que era o que precisávamos de ouvir, o reconhecimento do Estado, mas também achamos que o Presidente está a fazer um aproveitamento político", conclui.

Em véspera de eleições presidenciais, marcadas para 2022, João Lourenço perdeu popularidade com a crise económica. As últimas sondagens aponta que o partido opositor UNITA poderá vencer as eleições.

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