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Carlos III coroado de forma "sóbria" numa altura em que monarquia "é contestada"

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O rei Carlos III vai ser hoje coroado na Abadia de Westminster, em Londres, sob os olhares atentos de milhões de pessoas em todo o Mundo, mas num clima de sobriedade face à coroação da sua mãe, a rainha Isabel II, há 70 anos, e numa altura em que a monarquia "é contestada" no Reino Unido.

O Reino Unido prepara-se para a Coração do rei Carlos III.
O Reino Unido prepara-se para a Coração do rei Carlos III. AP - Andreea Alexandru
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Mesmo se a coroação de Carlos III que desenrola hoje na capital britânica vai contar com todos os momentos-chave que se espera de uma celebração nacional deste nível como a procissão do rei até à igreja pelas ruas de Londres na carruagem real, o momento em que o rei se senta no Cadeira da Coroação, mandada fazer no ano 1300 - onde será colocada a Pedra do Destino - ou o seu juramento, este não vai ser um reinado fácil para o novo monarca.

"Carlos III é um homem deste tempo, preocupado com as questões ecológicas, mas há cada vez mais quem conteste a própria ideia de monarquia e ele vai te ruma tarefa muito difícil que é tornar a monarquia mais viável, não intervir politicamente, modernizar e simplicar", afirmou Helder Macedo, professor Emérito da King's College, no Reino Unido, em entrevista à RFI.

Ao contrário da coroação de Isabel II em 1953, que se desenrolou "pouco depois do fim da guerra" e contribuiu para a "reafirmação da identidade britânica" contando com 8.000 convidados vindos de todos os cantos da Commonwealth e do Mundo, não só a lista de convidados de Carlos III é mais restrita, como a própria cerimónia envolta em pompa e circuntância foi encurtada de três horas para uma hora a pedido de Carlos III.

Este é um rei que teve "uma longa aprendizagem", dado o longo reinado da sua mãe, que vai enfrentar vários problemas. Desde logo, questões familiares com a o filho Harry e a nora a terem-se distanciado da coroa britânica há alguns anos acusando a família real de pressões e comentários racistas. Também o irmão do novo rei, o príncipe Andrew, está numa posição frágil após suspeitas de envolvimento em alegados abusos sexuais de menores com o seu amigo magnata Jeffrey Epstein.

Também o ambiente no país não está propício para grandes festas, devido à instabilidade política gerada no pós-Brexit, uma situação "diabólica" para Carlos III, que apesar de não ter qualquer intervenção política activa, deve assegurar a estabilida da Nação.

"É uma crise política diabólica. Ninguém fala, é como um elefante na sala, mas o Brexit criou condições totalmente absurdas e o Reino Unido está em grande decadência económica, na sua importância mundial e, de certa maneira, esta coroação é um ritual afirmativo e já com um certo elemento de saudosismo", declarou Helder Macedo.

Esta é uma coroação que acontece também num momento em que alguns países como a Jamaica e Belize manifestaram interesse em sair da Commonwealth, destabilizando esta organização tem como líder o monarca britânico.

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