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Desporto

Eduardo Almeida: «Os adeptos são fanáticos na Indonésia, mas era impensável isto acontecer»

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A tragédia ocorreu no sábado. Após o jogo da 11ª jornada da Liga Indonésia de futebol, em que o Arema FC perdeu em casa por 2-3 frente ao vizinho e rival Persebaya Surabaya, houve desacatos entre os adeptos e a polícia que resultaram em pelo menos 125 mortos e mais de 300 feridos.

As autoridades indonésias disseram inicialmente que os incidentes provocaram 174 mortos, mas o número oficial foi, entretanto, revisto para 125, incluindo 32 crianças, embora possa aumentar por haver muitos feridos em estado crítico.
As autoridades indonésias disseram inicialmente que os incidentes provocaram 174 mortos, mas o número oficial foi, entretanto, revisto para 125, incluindo 32 crianças, embora possa aumentar por haver muitos feridos em estado crítico. © AFP - STR
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Uma tragédia que nunca tinha ocorrido no futebol, sobretudo com este número tão avultado de mortos.

Após a derrota do Arema FC, milhares de adeptos da equipa da casa invadiram o relvado do Estádio Kanjuruhan, em Malang, no leste da ilha indonésia de Java.

A polícia respondeu, empurrando os adeptos novamente para as tribunas com gás lacrimogéneo.

A polícia usou esse método para tentar controlar os adeptos em fúria, mas tal acabou por provocar o pânico, com milhares de pessoas a se precipitarem para a saída. Muitas pessoas morreram espezinhadas no caos da debandada.

As autoridades indonésias disseram inicialmente que os incidentes provocaram 174 mortos, mas o número oficial foi, entretanto, revisto para 125, incluindo 32 crianças, embora possa aumentar por haver muitos feridos em estado crítico.

Após o jogo da 11ª jornada da Liga Indonésia de futebol, em que o Arema FC perdeu em casa por 2-3 frente ao vizinho e rival Persebaya Surabaya, houve desacatos entre os adeptos e a polícia que resultaram em pelo menos 125 mortos e mais de 300 feridos.
Após o jogo da 11ª jornada da Liga Indonésia de futebol, em que o Arema FC perdeu em casa por 2-3 frente ao vizinho e rival Persebaya Surabaya, houve desacatos entre os adeptos e a polícia que resultaram em pelo menos 125 mortos e mais de 300 feridos. © AFP - STR

A polícia indonésia anunciou nesta segunda-feira que está a investigar 18 agentes que terão estado envolvidos no lançamento de gás lacrimogéneo contra a multidão.

Segundo Dedi Prasetyo, porta-voz da polícia, os oficiais que estão a ser alvo de uma investigação, eram os responsáveis pelo uso de armas de gás lacrimogéneo.

O uso de gás lacrimogéneo contra adeptos, proibido dentro dos estádios pelo regulamento da FIFA, organismo que gere o futebol mundial, tem sido criticado por organizações que garantem os direitos humanos, como a Amnistia Internacional e a Organização dos Direitos Humanos.

O campeonato indonésio foi suspenso e as autoridades ordenaram uma investigação aos incidentes.

Refira-se que segundo o ministro indonésio da Segurança o estádio de Malang estava superlotado, o governante afirmando que 42 mil bilhetes foram vendidos, quando o recinto pode apenas acolher 38 mil pessoas.

Estádio Kanjuruhan, em Malang, no leste da ilha indonésia de Java.
Estádio Kanjuruhan, em Malang, no leste da ilha indonésia de Java. © AFP - PUTRI

Em entrevista à RFI, Sérgio Silva, defesa português do Arema, admitiu que é um momento complicado.

03:08

Sérgio Silva, defesa português do Arema FC 03-10-2022

Sérgio Silva, defesa português de 28 anos, já passou pela Oliveirense e pelo Feirense em Portugal.

Igualmente em entrevista à RFI, Eduardo Almeida, treinador português que deixou o comando técnico do Arema há três jornadas, afirmou que nunca teria imaginado que este tipo de acontecimentos pudesse ocorrer no estádio em Malang.

O técnico luso também nos falou do fanatismo dos adeptos na Ásia e também abordou o seu percurso que já o levou a vários continentes, o europeu, o africano e o asiático.

09:55

Eduardo Almeida, antigo treinador português do Arema FC 03-10-2022

Eduardo Almeida, treinador português ‘globe-trotter’de 44 anos, já treinou em Portugal, em Hong Kong, na Tanzânia, no Laos, na Malásia, na Hungria, na Tailândia, em Omã e na Indonésia.

Eduardo Almeida, antigo treinador português do Arema FC.
Eduardo Almeida, antigo treinador português do Arema FC. © Cortesia Eduardo Almeida

De notar que o jogo entre o Arema FC e o Persebaya Surabaya tinha sido um duelo de marcadores lusófonos visto que os dois tentos da equipa da casa foram apontados pelo avançado guineense Abel Camará, enquanto dois dos três tentos da equipa do Persebaya foram marcados pelos brasileiros Léo Lelis e Sílvio Júnior.

Esta não é a primeira vez que os relvados são palco de tragédias desta natureza. Em 1989, movimentos de multidão no estádio Hillsborough, na Grã-Bretanha, resultaram na morte de 97 pessoas e, em 2012, no estádio Port Said, no Egipto, morreram 74 pessoas. Num passado menos recente, em 1964, o estádio nacional de Lima, no Peru, foi palco de incidentes semelhantes com um balanço de 318 mortos nos confrontos entre adeptos do Peru e da Argentina.

17:12

DESPORTO 03-10-2022 MM

É o ponto final neste Magazine Desporto.

O relvado do Estádio Kanjuruhan, em Malang, no leste da ilha indonésia de Java.
O relvado do Estádio Kanjuruhan, em Malang, no leste da ilha indonésia de Java. © AFP - JUNI KRISWANTO

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