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Guiné-Bisau: "A negociação com a Frente Social ainda está em curso"

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O Governo guineense reuniu-se nesta segunda-feira, 18 de Março com a Frente Social que iniciou um movimento de greve de três dias nos sectores da saúde e educação. O porta-voz do movimento, Seni Djassi, considera que o executivo chegou ao encontro sem propostas, todavia o ministro guineense da Administração Pública, Aly Hijazi, garante que o encontro foi positivo e reitera que o Governo está aberto ao diálogo.

Palácio do Governo da Guiné-Bissau
Palácio do Governo da Guiné-Bissau AFP
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RFI: Que balanço do encontro que manteve com a Frente Social?

Aly Hijazi, ministro guineense da Administração Pública: Na minha opinião, acho que [o encontro] correu muito bem, apesar de ainda haver alguns pontos por acertar, mas a maior parte dos pontos foram aceites. Vamos continuar [a trabalhar].

O sindicato diz que o Governo chegou sem uma proposta e sem respostas para as reivindicações, nomeadamente para o pagamento de salários em atraso. Qual é que é a resposta a estas reivindicações?

A negociação está em curso, ainda não terminamos. Tratam-se de uma série de reivindicações e várias alíneas. Então fomos elencando aquilo que os Ministérios, tanto da Educação como o da Saúde, têm condições de aceitar. No final, disseram que vão continuar a fazer a greve. Nós mostramos boa vontade em negociar, apesar das dificuldades que temos em pagar dívidas anteriores. Mas de imediato, aquilo tem que ser paulatinamente aceite.

Acho que correu muito bem, pelo nível da discussão que tivemos. Não estivemos a discutir, eram mais trocas de opinião, aceitando ou não as nossas propostas em conformidade, com as questões que foram apresentadas como reivindicação da parte deles.

O porta-voz do Movimento Frente Social fala num certo desinteresse da parte do executivo nestas negociações e diz ainda que nem sequer foi sugerido o dia do próximo encontro…

Quando se envolve o ministro da Administração Pública, o ministro da Educação, o ministro da Saúde, o secretário de Estado do Ministério das Finanças, mais outros funcionários de alto nível que foram convidados para participar. Não vejo a razão para dizer de que o Governo não tem vontade para negociar.

Mas porque é que não sugeriram uma nova data para dar continuidade às negociações?

As partes que nós elencamos e que eles anotaram, são eles que têm de analisar essas questões e depois é que nos devem convocar para voltarmos a falar. Nós estamos disponíveis.

Ou seja, o senhor confirma a disponibilidade do governo para negociações?

Confirmo sim. Por isso é que eu disse que a negociação ainda continua em curso. Nós não terminamos, a negociação não se termina num dia. E além do mais, não sei se você viu o caderno reivindicativo.

Para além do pagamento de salários em atraso, há ainda a efectivação de novos quadros contratados pelo Governo para os dois sectores, a adopção de um novo currículo escolar, bem como a melhoria das condições laborais.

Senhor ministro, há uma série questões a trabalhar....

Por isso, não se pode dizer que terminamos e nem que o Governo não está com vontade de continuar a negociar. Se quatro Ministérios de alto nível se sentaram com frente social, eu não sei mais o que posso dizer. Estamos abertos ao diálogo e a qualquer momento podemos negociar.

O porta-voz da Frente Social descreve um cenário muito difícil, nomeadamente professores que não recebem salários, das escolas que não têm condições, hospitais que não têm equipamento…

Isso não é verdade. Até nas clínicas particulares têm.

Mas nem todos os guineenses têm dinheiro para ir a uma clínica privada

Mas eu estou a falar do Hospital Simão Mendes, que é o hospital público.

E esse hospital têm condições para tratar os guineenses?

Sim, tem condições para tratar determinadas doenças. Outras doenças não tem.  

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