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Sociedade Financeira Internacional e parceiros apostam no reforço da segurança alimentar em África

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A Sociedade financeira internacional (a IFC, na sigla em inglês), organismo do banco Mundial para o sector privado em países emergentes, assinou a 14 de Dezembro em Paris um protocolo para a segurança alimentar em África com a Proparco, da Agência Francesa para o desenvolvimento (AFD).

Sede do Banco Mundial em Washington, D.C., Estados Unidos.
Sede do Banco Mundial em Washington, D.C., Estados Unidos. wikipédia
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O protocolo, assinado em Paris a 14 de Dezembro, entre a Sociedade financeira internacional (a IFC, na sigla em inglês), uma instituição do Grupo do banco Mundial para o sector privado em países emergentes, e a Proparco, da Agência Francesa para o desenvolvimento, tem por objectivo reforçar a segurança alimentar. 

Sérgio Pimenta,  vice-presidente da IFC e reponsável pelo continente africano, detalhou, para a RFI os contornos deste contracto:

Este protocolo visa apoiar as pequenas e médias empresas em África, particularmente as que trabalham no sector agrícola e alimentar, o que nos vai permitir apoiar as operações de comércio internacional para as empresas que exportam e importam produtos em África. 

 A IFC faz parte, desde 2021, do designado "Lusophone Compact", uma iniciativa do Banco Africano para o Desenvolvimento, com os Governos dos países lusófonos em África e o Governo português para apoiar o desenvolvimento do sector privado. 

Com escritórios em 35 países africanos e financiamento de projectos em 40 países do continente, a IFC tem potencial para "ajudar o Lusophone Compact a ter mais impacto nos países de língua portuguesa", insiste Sérgio Pimenta, que detalha as actividades na lusofonia: 

Temos um escritório em Angola, um em Moçambique, abrimos no ano passado um escritório em Cabo Verde e temos equipas dedicadas à Guiné Bissau e a São Tomé e Príncipe, o que nos permite apoiar nesses países todos o desenvolvimento do sector privado. 

Quando chegamos a um país, identificamos as questões de desenvolvimento que podem ter soluções no sector privado e trabalhamos com vários parceiros, desde Governos a outros sectores privados, instituições e sociedade civil para criar um projecto, criar uma oportunidade. 

Por exemplo em Cabo Verde, há uma capacidade extraordinária ao nível do turismo. O sector foi impactado de maneira muito forte com a pandemia do Covid e foi necessário apoiar o sector do turismo e faz parte das iniciativas que apoiámos, financiando um certo número de empresas em Cabo Verde. 

O contexto mundial de grandes desafios, sejam macro-económicos, climáticos ou mesmo políticos, faz com que seja necessário, como avança Sérgio Pimenta, que as empresas que criam empregos se desenvolvam de forma sustentável. 

Uma visão a longo prazo e uma certa independência em relação às capacidades estatais são portanto necessárias para a robustez do sector. 

O desenvolvimento das economias necessita de todas as contribuições possíveis, sejam estatais ou privadas. No entanto, quando se olha para a realidade fiscal em muitos países do mundo e particularmente em África, os Governos têm uma capacidade limitada para trazer os fundos necessários para responder às necessidades de desenvolvimento. Ora, o sector privado pode trazer esses recursos financeiros mas também a capacidade a nível humano, de experiência, de conhecimento e de inovação. Quando o sector privado pode apoiar, por exemplo quando há necessidade de trazer energia eléctrica, ou para reforçar a segurança alimentar, nós apoiamos. 

Por vezes, são necessários mecanismos de contribuição privada e contribuição pública. A IFC apoia também essa área público-privada, nomeadamente reforçando o comércio intra-africano, como explica Sérgio Pimenta: 

O comércio africano, históricamente, vai para fora do continente, através de exportação ou importação entre o continente e outras regiões do mundo. Há uma tendência de os países africanos se tornarem cada vez mais para os outros países africanos, ou seja haver operações mais regionais. Isso é verdade a nível do investimento mas também do comércio. Essas contribuição quase que dobrou nos últimos anos. Esta tendência de fundo vai-se acelerar, nós observamos cada vez mais operações de carácter regional e esse movimento acelerou com a pandemia.  

Para Sérgio Pimenta, o vice-Presidente da IFC, o comércio intra-africano desenvolveu-se, mas o que "nem sempre seguiu, é a capacidade de financiamento necessária para apoiar esse tipo de comércio".

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