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Síria: "Sobreviver é difícil"

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Uma semana depois dos sismos de magnitude 7.8 e 7.5 que atingiram o sul da Turquia e o norte da Síria, provocando mais de 40 mil mortos, dos dois lados, a ajuda humanitária chega a conta gotas. O alerta é da religiosa portuguesa, Maria Lúcia Ferreira, que vive no mosteiro de São Tiago Mutilado, Qara, a norte da capital, Damasco, que descreve um cenário de destruição num Estado com muitas dificuldades em prestar ajuda às vítimas.

Uma semana depois dos sismos de magnitude 7.8 e 7.5 que atingiram o sul da Turquia e o norte da Síria, provocando mais de 40 mil mortos, dos dois lados, a ajuda humanitária ainda chega a conta gotas.
Uma semana depois dos sismos de magnitude 7.8 e 7.5 que atingiram o sul da Turquia e o norte da Síria, provocando mais de 40 mil mortos, dos dois lados, a ajuda humanitária ainda chega a conta gotas. © Khalil Ashawi / REUTERS
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Maria Lúcia Ferreira relata que uma semana após os terramotos as pessoas estão a viver na rua, apesar das baixas temperaturas que se fazem sentir no país.

“As pessoas estão na rua, todos estes dias têm havido temperaturas abaixo de zero. Há pessoas que choram, há pessoas que têm medo. É um horror. [Contudo], vivem tudo isto com uma grande dignidade, tentando não entrar em desespero”, descreve.

A religiosa portuguesa refere que há, ainda, o receio de que outras casas possam desabar, sublinhando que “as construções são antigas e depois não podemos esquecer os dez anos de guerra”.

Maria Lúcia Ferreira reconhece que o país está sem meios para acudir as vítimas, sublinhando que as sanções internacionais ainda dificultam mais a situação.

“O país não tem como [ajudar].  O problema são as sanções internacionais que não deixam entrar o que é preciso. Há medicamentos, há comida, mas é tudo tão caro que, por vezes, sobreviver é difícil. Há falta de gasolina. Falta tudo”, nota.

A religiosa diz que as pessoas precisam “de roupa quente, de sítios para se abrigarem, de tendas, precisam de comida, precisam de ajuda para retirar todos os destroços”.

Maria Lúcia Ferreira reconhece que nos próximos tempos a Síria vai necessitar de apoio para a reconstrução das casas “fala-se que há mais de 60 mil pessoas a viver na rua. Vamos precisar de reconstruir, mas as pessoas não vão poder continuar na rua”.

Uma semana depois dos sismos de magnitudes de 7,8 e 7,5 na escala de Richter, que atingiram o sul da Turquia e o norte da Síria a ajuda humanitária ainda chega a conta gotas.

“A ajuda não tem sido muito efectiva até ao momento. Há vários países e associações da igreja que têm ajudado com donativos, dinheiro. Estamos a tentar fazer entrar contentores”, garante Maria Lúcia Ferreira.

A religiosa portuguesa reage de forma positiva ao facto de os Estados Unidos estarem a considerar levantar as sanções impostas à Síria.

Muito boa notícia. O preço da carne, o preço de um par de botas corresponde a metade de um salário. A vida é impossível. Arranjar gás, arranjar gasolina é extremamente difícil”, vincou.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, mais de cinco milhões de sírios foram atingidos pelo terramoto, enquanto mais de 300 mil ficaram sem tecto em apenas duas províncias atingidas pelo sismo. Os sismos de magnitude 7.8 e 7.5 na escala de Richter que atingiram o sul da Turquia e o norte da Síria provocaram, até ao momento, cerca de 40 mil mortos dos dois lados.

 

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